
Os investimentos da China no Brasil alcançaram US$ 4,18 bilhões (cerca de R$ 21 bilhões) em 2024, o que representa uma alta de 113% em relação ao ano anterior, segundo levantamento divulgado nesta quinta (4) pelo Conselho Empresarial Brasil-China (CEBC). O país se tornou a terceira principal economia do mundo a receber aportes chineses e o maior destino entre os emergentes.
O crescimento dos investimentos chineses no Brasil superou a expansão de 13,8% nos investimentos estrangeiros totais recebidos pelo país no mesmo período, que chegaram a US$ 71 bilhões (R$ 384 bilhões), de acordo com dados do Banco Central.
Nos últimos 15 anos, o maior valor médio anual de aportes chineses ocorreu entre 2015 e 2019, com US$ 6,6 bilhões (R$ 35,7 bilhões), enquanto o maior número médio de projetos foi registrado entre 2020 e 2024, com 27 empreendimentos por ano.
Entre 2007 e 2024, empresas chinesas já iniciaram 303 projetos no Brasil, que somam US$ 77,5 bilhões (R$ 420 bilhões). O relatório ressalta que o crescimento dos investimentos ocorreu mesmo com a desvalorização do real. Em 2024, o dólar teve média de R$ 5,39, a mais alta desde que o CEBC começou a acompanhar os aportes chineses.
No ano passado, o número de empreendimentos de origem chinesa no Brasil chegou a 39, o que equivale a um aumento de 34% em relação a 2023. A maior parte desses aportes ocorreu por meio de projetos greenfield, que consistem na criação de novos empreendimentos ou expansão de operações já existentes, correspondendo a 79% do total.

No total, foram 48 projetos anunciados e confirmados em 2024, o maior número já registrado. No entanto, a taxa de efetivação caiu para 81%, nove pontos percentuais a menos que em 2023. Dos US$ 4,18 bilhões (R$ 22,56 bilhões) previstos, 67% foram efetivamente investidos, queda de 22 pontos percentuais em relação à taxa de implementação do ano anterior.
O setor de eletricidade liderou os aportes em 2024, com US$ 1,43 bilhão (R$ 7,75 bilhões), o que representa 34% do total e um crescimento de 115% sobre o ano anterior. Este foi o maior aumento relativo da área desde 2019. Em seguida, o setor de petróleo recebeu 25% dos recursos, com US$ 1 bilhão (R$ 5,4 bilhões), consolidando-se como um dos maiores volumes da última década.
A indústria automotiva ficou em terceiro lugar, com 14% dos investimentos, seguida por mineração (13%), transporte terrestre (12%) e fabricação de aparelhos elétricos (2%). A diversidade setorial mostra que a presença chinesa no Brasil vai além da energia e alcança diferentes áreas da economia.
O relatório conclui que, nos próximos anos, os setores de energia, transição energética, manufaturas de alto padrão e minerais críticos devem permanecer entre os mais atrativos para o capital chinês. O Brasil, portanto, se mantém como um dos principais polos globais de destino para os investimentos do país asiático.