Efeito Milei: Argentina tem inflação recorde e tarifa de ônibus triplica

Atualizado em 15 de fevereiro de 2024 às 17:03
Javier Milei, presidente da Argentina. Foto: reprodução

A crise na Argentina está maior após os primeiros meses da gestão do anarcocapitalista Javier Milei. O presidente argentino sofreu uma nova derrota no Congresso e não tem conseguido aliviar o impacto da inflação sobre a economia do país. Aliados agora cogitam realizar plebiscitos para avançar com reformas diante da dificuldade de aprovação de projetos.

Na última divulgação do Instituto Nacional de Estatística e Censo da Argentina (Indec), os dados revelaram um quadro econômico complicado. Em janeiro, a inflação foi de 20,6%, menor do que o registrado em dezembro de 2023, que fechou em 25,5%. Porém, o acumulado de 12 meses atingiu um recorde histórico, saindo de 211,4% para 254,2%, a maior em mais de 30 anos.

Medidas recentes, como o fim dos subsídios para tarifas públicas, contribuíram para esse cenário. O reajuste nos transportes públicos, por exemplo, gerou um impacto considerável nos bolsos dos argentinos.

Ações de Milei na presidência já causaram diversos protestos na Argentina. Foto: reprodução

O chamado megadecreto, vigente desde dezembro, retirou subsídios concedidos serviços em geral, aumentando em 44% o valor de itens como água e gás, além de 26,3% em transporte e 20,4% e alimentos. Além disso, o aumento nos custos da medicina privada e a suspensão das mudanças nas relações de trabalho, determinadas pelo decreto, também influenciaram a inflação, aumentando em até 70% nos últimos meses.

A possibilidade de plebiscitos, sugerida por aliados de extrema-direita, no entanto, ainda é discutida e depende da aprovação dos legisladores. Essa estratégia visa medir o apoio popular às reformas propostas pelo governo.

Apesar das dificuldades enfrentadas, Milei mantém seu apoio, especialmente entre os liberais e os que se opõem ao peronismo. A sustentação política do presidente está diretamente ligada à melhora da economia, e sua popularidade pode ser afetada caso não ocorram melhorias nesse sentido.

Enquanto isso, a ex-presidente Cristina Kirchner lançou críticas ao governo de Milei e ao ministro da Economia, Luis Caputo, acusando-o de contribuir para a dívida bilionária da Argentina com o FMI. Essa tensão política amplia o cenário desafiador enfrentado pelo presidente argentino.

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Augusto de Sousa
Augusto de Sousa, 31 anos. É formado em jornalismo e atua como repórter do DCM desde de 2023. Andreense, apaixonado por futebol, frequentador assíduo de estádios e tem sempre um trocadilho de qualidade duvidosa na ponta da língua.