
Mesmo com a fuga recente de R$ 5 bilhões em capital estrangeiro da bolsa brasileira após o tarifaço de Trump, especialistas do mercado financeiro enxergam o movimento como uma oportunidade.
O Ibovespa caiu 4% nas últimas duas semanas, mas analistas e casas como XP e Santander apostam que a retração é passageira e que a bolsa tende a se recuperar nos próximos meses, impulsionada por investidores estratégicos que mantêm foco no longo prazo.
Segundo o Valor Investe, enquanto fundos táticos reagiram rapidamente ao aumento das tarifas americanas, investidores estrangeiros mais seletivos — como os “long only” voltados para mercados emergentes — têm intensificado a busca por ações brasileiras.

Eles focam em empresas com fundamentos sólidos e sensíveis à economia local, como bancos, “utilities”, varejistas e companhias como XP, B3, Localiza, Renner, Smart Fit e Sabesp. A expectativa de queda da Selic e a manutenção do apetite por ativos descontados ajudam a sustentar a visão otimista para o segundo semestre.
Analistas apontam ainda que, mesmo com a incerteza fiscal trazida por Trump, o Brasil segue atrativo: as ações negociadas na B3 ainda estão, em média, abaixo da valorização histórica, com múltiplos de Preço/Lucro mais baixos que nos últimos 10 anos.
Isso representa uma “janela de oportunidade” para quem aposta na recuperação do mercado, com expectativa de retomada do fluxo estrangeiro — caso Trump recue nas ameaças comerciais, como já ocorreu em outros momentos.