Egito: pesquisadores descobrem observatório astronômico de mais de 2 mil anos

Atualizado em 29 de agosto de 2024 às 21:14
Pirâmide do Egito
Pesquisadores fizeram descoberta no Egito – Caroline Brundle Bugge/Getty Images

Durante uma missão arqueológica no Egito, pesquisadores fizeram uma descoberta surpreendente: o mais antigo e maior observatório astronômico datado do século 6 a.C. Este local histórico, localizado no Templo de Buto, em Tell el-Fara’in, na província de Kafr El Sheikh, cerca de 130 quilômetros do Cairo, abrange uma área de aproximadamente 850 metros quadrados.

O observatório era utilizado para registrar fenômenos celestes, com paredes decoradas com pinturas que simbolizavam sistemas cósmicos.

Detalhes da descoberta arqueológica

Construído com tijolos de barro, o observatório servia para observar e documentar eventos astronômicos, como a movimentação dos astros, do sol às constelações. A recente descoberta foi detalhada pelo Ministério de Turismo e Antiguidades do Egito na última sexta-feira (23).

No local, foram encontradas cinco salas de tijolos que possivelmente eram utilizadas para armazenar ferramentas, além de quatro pequenas salas de tijolos e uma pequena sala de pedra que servia como a torre do observatório.

Um dos achados mais intrigantes foi um relógio de sol de pedra inclinado, também conhecido como relógio de sombra inclinado. Este instrumento, utilizado na antiguidade para medir o tempo, é considerado uma das ferramentas mais avançadas da época.

Exemplos de artefatos encontrados em ruínas de observatório no Egito em fundo preto
Exemplos de artefatos encontrados em ruínas de observatório no Egito – Ministério Egípcio de Turismo e Antiguidades

Descoberta de tumbas na região de Assuã

Além do observatório, o Egito anunciou recentemente a descoberta de 33 tumbas familiares da era tardia e greco-romana perto de Assuã. Estas tumbas, datadas dos períodos tardio (712 a 332 a.C.) e greco-romano (332 a.C. ao século IV d.C.), contêm restos de múmias que ajudarão a entender melhor as doenças da época, de acordo com o Ministério do Turismo e Antiguidades.

A missão arqueológica que trabalha perto do mausoléu de Aga Khan encontrou ferramentas funerárias e restos de múmias, oferecendo novos insights sobre as condições de saúde daquele período.

Análises das múmias

As múmias descobertas apresentaram sinais de várias doenças, incluindo anemia, desnutrição, doenças pulmonares, tuberculose e osteoporose, segundo Patricia Piacentini, chefe da parte italiana da missão e professora de Egiptologia na Universidade de Milão. Desde 2018, a missão egípcio-italiana tem escavado a área ao redor do mausoléu de Aga Khan, situado na margem ocidental do Nilo, em frente ao centro de Assuã.

Essas descobertas destacam a rica história e o patrimônio cultural do Egito, oferecendo um vislumbre fascinante sobre as práticas científicas e de saúde das civilizações antigas.