
Durante o discurso de abertura da Assembleia Geral da ONU, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, fez uma série de elogios a si mesmo e apresentou feitos não confirmados os primeiros 7 meses de seu governo, principalmente em relação às suas alegações sobre “ter acabado com sete guerras” e sua visão sobre a Guerra da Ucrânia.
Em uma fala de mais de 20 minutos, Trump mencionou a si mesmo 113 vezes, fazendo alarde de suas ações diplomáticas e conquistas internas, sem, no entanto, apresentar evidências concretas para embasar muitas de suas alegações.
“Em um período de sete meses, eu acabei com sete guerras ‘inacabáveis’. Isso inclui o Camboja e Tailândia; Kosovo e Sérvia, Congo e Ruanda, Paquistão e Índia, Israel e Irã, Egito e Etiópia e Armênia e Azerbaijão”, disse Trump. Especialistas questionaram a veracidade dessa declaração, já que a maioria dos conflitos citados está em um processo de cessar-fogo e não em um acordo de paz definitivo.
O comentarista da CNN, Stephen Collinson, foi um dos que analisaram essas afirmações, observando que os conflitos ainda estão longe de uma resolução final.
Em outro momento de megalomania egocêntrica, o republicano afirmou: “Todo mundo diz que eu deveria ganhar o Nobel da Paz por todas essas conquistas”. Mas, como já aconteceu em outros momentos, não especificou quem seria esse “todo mundo”, embora já tenha feito referência ao prêmio em ocasiões passadas e tenha uma campanha em andamento para conquistá-lo.
A guerra da Ucrânia também foi um dos pontos polêmicos de seu discurso. Trump afirmou que “a Guerra da Ucrânia nunca teria começado” se ele tivesse na presidência, embora sem apresentar evidências que comprovassem tal afirmação.
O líder extremista disse ainda que o conflito iniciado em 2022 seria “o mais fácil de resolver” devido à sua “proximidade com Putin”, sugerindo que ele poderia ter evitado a guerra com sua abordagem diplomática. “Esta guerra nunca teria começado se eu tivesse sido presidente. Esta era uma guerra que nunca deveria ter acontecido”, afirmou Trump, minimizando o impacto de um dos maiores conflitos do século XXI.
Trump também usou seu discurso para reafirmar suas supostas habilidades como líder. “Eu sou bom em prever as coisas”, disse ele, enfatizando um dos slogans de sua campanha: “Trump está certo sobre tudo”. “Eu não digo isso como forma de me gabar, mas é verdade. Eu estou certo sobre tudo”, disse, novamente enfatizando seu estilo provocador e autoconfiante.
Além das questões internacionais, Trump também fez questão de ressaltar suas conquistas internas, afirmando ser responsável pela criação da “melhor economia do mundo”.
“No meu primeiro mandato, eu construí a maior economia da história do mundo. Tivemos a melhor economia de todos os tempos. Estou fazendo a mesma coisa de novo”, disse ele, destacando o crescimento do PIB dos Estados Unidos. No entanto, apesar de seu otimismo, o país enfrenta uma criação de empregos aquém das expectativas e dificuldades no mercado de trabalho, agravadas pela repressão crescente aos imigrantes.