“Ei, Bolsonaro…”: skatistas protestam contra a extrema-direita no ato da Paulista

Atualizado em 29 de junho de 2025 às 14:01
Skatistas invadem ato e apavoram bolsonaristas na avenida Paulista Créditos: Reprodução / Instagram

Dezenas de skatistas realizaram um protesto na manhã deste domingo (29) na Avenida Paulista, em São Paulo, poucas horas antes do início do ato convocado pelo pastor Silas Malafaia em apoio ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). O grupo chegou ao local de skate, entoando gritos de repúdio como “Ei, Bolsonaro, vai tomar no c*”, diante de centenas de apoiadores do ex-mandatário já concentrados na via.

O protesto dos jovens não havia sido previamente anunciado e ganhou repercussão após bolsonaristas transmitirem as imagens ao vivo nas redes sociais. A manifestação de hoje tem como principal objetivo demonstrar apoio a Bolsonaro diante do avanço do julgamento contra ele no Supremo Tribunal Federal (STF), acusado de liderar uma tentativa de golpe de Estado em 2022.

A mobilização deste domingo é articulada por Silas Malafaia e carrega forte tom político-religioso. O ato ocorre três dias após o ministro Alexandre de Moraes, relator da ação penal no STF, encerrar a fase de instrução do processo e abrir prazo para as alegações finais da Procuradoria-Geral da República e da defesa de Bolsonaro e de outros sete réus considerados parte do núcleo central da trama golpista.

Nas últimas semanas, as investigações apontaram que Bolsonaro incentivou apoiadores a pressionarem o Exército para impedir a posse de Luiz Inácio Lula da Silva em 2023. Em depoimento, o próprio ex-presidente reconheceu que havia “malucos” pedindo atos inconstitucionais, como a reedição do AI-5, e que os militares não embarcaram nessas propostas. Mesmo assim, o cerco judicial se ampliou com base em delações e apreensões feitas pela Polícia Federal.

Além do ex-presidente, o ato bolsonarista reúne nomes como os governadores Tarcísio de Freitas, Romeu Zema, Jorginho Mello e Cláudio Castro, além de parlamentares como Flávio Bolsonaro, Nikolas Ferreira, Gustavo Gayer e Magno Malta. Os discursos devem girar em torno da defesa de Bolsonaro, críticas ao STF e ao ministro Alexandre de Moraes, e da tentativa de deslegitimar as investigações sobre o 8 de Janeiro.