Procura-se a mãe de Adam Lanza

Atualizado em 18 de dezembro de 2012 às 22:07

Quem é Nancy Lanza: a mídia americana tenta juntar as peças de um quebra-cabeça familiar

 

Nancy

 

Era inevitável que, com o passar dos dias, emergisse um retrato da mãe de Adam Lanza, o atirador da escola de Newtown, Connecticut. A mídia tenta, desesperadamente, montar as peças de um quebra-cabeça familiar na esteira da comoção.

Nancy tinha 54 anos. Sofria de esclerose múltipla. Foi encontrada de pijamas, na cama, com quatro tiros na cabeça. Adam a executou antes de rumar para a escola infantil de Sandy Hook. De acordo com o jornal Daily Telegraph, ela era o que se chama prepper, ou survivalist: armazenava mantimentos e tinha pelo menos cinco armas em casa (três das quais Adam usou para o massacre) para se defender de um possível “colapso social”. Nancy ensinou Adam e o irmão mais velho, Ryan, a atirar nos estandes na região (há mais de 30).

Sua relação com a escola ainda é nebulosa. Fontes do New York Times falam que ela era professara substituta, o que ainda não foi confirmado. Ryan Kraft, um homem que se identificou como antigo baby-sitter de Adam, diz que Nancy o teria avisado para não dar as costas para Adam em hipótese alguma, nem quando ele fosse ao banheiro. Adam tinha, na época, 9 ou 10 anos. “Ela o amava muito”, disse ele.

Foi revelado que Adam sofria de uma condição que o impedia de sentir dor física. Por causa disso, ele teria se auto infligido queimaduras com um isqueiro.

Adam

 

Duas ou três vezes por semana, Nancy aparecia no bar My Place para comer, beber e conversar sobre suas paixões: Red Sox (seu time de beisebol), jardinagem e tiro ao alvo. Ex-corretora de ações em Boston, ela não estava trabalhando regularmente. “Quando se divorciou de Peter, em 2009, ele deixou-lhe a casa e disse que ela não teria de trabalhar nunca mais na vida”, contou a tia, Marsha Lanza. Eventualmente, Nancy comentava sobre as dificuldades de criar o filho mais novo e como tinha esperança de que, apesar dos problemas, ele encontraria uma maneira de se superar.

De acordo com o USA Today, depois da separação Nancy passou a receber mais de 200 000 dólares por ano de pensão. Peter, um executivo que mora em Stamford, também em Connecticut, concordou em pagar a faculdade dos dois. O acordo também incluiu uma divisão de ingressos para ver o Red Sox, o que desmente, de certa forma, que foi uma separação litigiosa. Nancy teria dois bilhetes para cinco jogos em anos pares e quatro jogos em anos ímpares. Ela costumava presentear os amigos do My Place com tíquetes.

 

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