Eleição do PT-MG é adiada após Justiça liberar candidatura de deputada

Atualizado em 6 de julho de 2025 às 0:04
A deputada federal Dandara Tonantzi que teve a candidatura barrada no PED 2025 pelo PT. Foto: Divulgação

Na noite deste sábado (5), o processo de eleição interna do Partido dos Trabalhadores (PT) conhecido como PED 2025, foi adiado em Minas Gerais, após decisão judicial emitida em Brasília. O juiz substituto de plantão da Justiça do Distrito Federal e Territórios determinou que a deputada federal Dandara Tonantzin participe da disputa pelo cargo de presidente estadual do partido em condições de igualdade com os demais candidatos.

A parlamentar havia sido impedida de concorrer por decisão das instâncias internas do PT, como a Comissão de Organização Eleitoral Nacional (COE), a Câmara de Recursos, a Comissão Executiva Nacional e o Diretório Nacional, devido ao não pagamento de suas contribuições partidárias no prazo previsto pelo estatuto e regulamento da legenda. A decisão judicial obriga o partido a rever esse impedimento.

Diante da impossibilidade de incluir o nome da deputada nas cédulas de votação já distribuídas a mais de 700 municípios mineiros, bem como dos procedimentos já concluídos de preparação, fiscalização e apuração da eleição, a Comissão Executiva Nacional optou por adiar o pleito no estado. O PED estava previsto para iniciar às 9h da manhã deste domingo (6).

A nova data ainda será definida pelo Diretório Nacional do partido. Segundo nota divulgada, a medida visa garantir que todos os candidatos tenham os mesmos direitos e condições durante o processo eleitoral, em cumprimento à decisão judicial.

Ofício do PT Nacional ao seu diretório de Minas Gerais após a decisão da Justiça. Reprodução

A Executiva Nacional do PT reiterou que, apesar de cumprir a decisão, defenderá a regularidade das deliberações internas que levaram à rejeição da candidatura de Dandara. A legenda sustentará, no processo judicial em curso, que todas as decisões seguiram o estatuto partidário e o regulamento do PED 2025.

Ainda na nota oficial, a mesma ala executiva afirmou não reconhecer como legítima a manifestação pública do Diretório Estadual do PT em Minas Gerais sobre os efeitos da decisão judicial. A instância estadual havia se posicionado sem autorização da direção nacional, que é a responsável formal pelo processo.

Em caráter de urgência, foi convocada uma reunião extraordinária do Diretório Nacional para a próxima terça-feira (8), às 17h. O objetivo é debater os impactos do caso em Minas Gerais e tratar de outras judicializações provocadas por filiados contra decisões internas.

Lindiane Seno
Lindiane é advogada e moderadora das lives no DCM.