
As eleições parlamentares desse domingo na Argentina podem antecipar o fim de mais um governo vigarista na região. Javier Milei tem todas as condições para se juntar a Bolsonaro como um fracassado.
Parece que Milei está há muito tempo no poder. Não está. O fascista está há apenas um ano e 10 meses governando a Argentina, sib aplausos do liberalismo brasileiro.
E poderá sair antes do fim do mandato, em dezembro de 2027, como aconteceu com Fernando de la Rúa em 2001. As eleições podem derrubar Milei.
O detalhe mais alentador para a democracia e para as instituições de toda a América Latina é o que aponta para a fragilidade do governante libertário.
Não conseguiu produzir o efeito esperado com o choque da destruição do Estado e já perdeu apoio social e político. A maioria da população empobrecida não o apoia mais.
Segundo o instituto AtlasIntel, 55,7% dos argentinos desaprovam seu governo e só 39,9% aprovam. E a base de sustentação política, no Congresso e entre os governadores, se esfarelou, a partir de uma sucessão de erros e falcatruas.

Milei fracassa como Bolsonaro fracassou, com uma diferença básica. Não tem lá uma figura que o confronte, como Lula, que mesmo preso assustou Bolsonaro, até ser libertado e retornar ao poder.
Cristina Kirchner, a líder do peronismo-kirchnerismo, está presa em casa, mas não tem a mesma base que Lula manteve enquanto esteve encarcerado no Brasil.
O líder peronista em ascensão é o governador da província de Buenos Aires, Axel Kicillof, que pode sair mais forte da eleição do domingo.
Se o peronismo vencer em Buenos Aires como venceu nas eleições parlamentares estaduais, em setembro, Kicillof se habilita a enfrentar Milei mais adiante, se o sujeito não for derrubado antes.
A eleição de hoje provará que a extrema direita é incapaz de se manter no governo por muito tempo, sem sobressaltos, por motivos que vão além da questão ideológica.
Milei é um gângster auxiliado nas falcatruas com criptomoedas pela irmã, Karina. A população começa a se dar conta de que, além disso, é um farsante como economista e governante, que quebrou o país e precisou do socorro de Trump, com US$ 20 bilhões, para evitar o pior.
E o pior pode acontecer a partir de segunda-feira, em etapas ou de repente, dependendo do tamanho do estrago eleitoral do antifascismo nesse domingo.