Candidatos a prefeito do PL ou apoiados pelo ex-presidente Jair Bolsonaro se destacaram em cinco capitais do Nordeste, região tradicionalmente favorável ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), nas eleições deste ano.
Os candidatos bolsonaristas à Prefeitura de Salvador e Maceió venceram no primeiro turno. Em Fortaleza, Aracaju e Natal, os candidatos do PL avançaram para o segundo turno.
Segundo o UOL, analistas afirmam que o sucesso desses candidatos está mais relacionado às lideranças locais do que à influência de nomes nacionais, como Bolsonaro. Cientistas políticos apontam que o fortalecimento da direita nessas capitais não é necessariamente ligado ao ex-chefe do Executivo.
A vitória mais expressiva do PL ocorreu em Maceió, onde o prefeito João Henrique Caldas foi reeleito com 83% dos votos válidos. JHC, como o prefeito é conhecido, se aliou ao bolsonarismo no segundo turno das eleições de 2022, mas evitou mencionar Bolsonaro durante a campanha eleitoral deste ano e focou em questões locais.
“Não há nenhuma evidência de que as vitórias do PL e de aliados de Bolsonaro em capitais do Nordeste ocorreram por causa do bolsonarismo. Isso fica muito claro quando a gente olha para Maceió, onde JHC ganharia independentemente do partido e não fez referências ao ex-presidente”, afirmou Luciana Santana, do Observatório das Eleições e professora de ciência política da Universidade Federal de Alagoas (Ufal).
“O que vemos são elementos da política local, lideranças da política local que têm um peso maior. Não é o Bolsonaro que define uma eleição nesses lugares, são outros aspectos. Não necessariamente um único”, disse Santana.
Em Fortaleza, o bolsonarista André Fernandes avançou para o segundo turno com 40% dos votos válidos. O candidato do PL disputará a segunda fase do pleito contra o petista Evandro Leitão.
Em Aracaju, Emília Corrêa se filiou ao PL em março deste ano, mas não usou a imagem de Bolsonaro na campanha. A candidata tem um histórico político distante da extrema direita.
Já em Natal, Paulinho Freire (União Brasil) recebeu o apoio de Bolsonaro, que participou do lançamento de sua candidatura. Em Salvador, Bruno Reis, embora tenha recebido apoio discreto do ex-presidente, evitou nacionalizar a campanha e formou uma coalizão com o PDT.
O único candidato que apostou na associação com Bolsonaro foi Marcelo Queiroga, ex-ministro da Saúde, que avançou ao segundo turno em João Pessoa.