Eleitores de Bolsonaro acreditam mais em nova ditadura do que os de Lula, diz Datafolha

Atualizado em 19 de dezembro de 2024 às 8:05
Jair Bolsonaro durante ato na Avenida Paulista: eleitores do ex-presidente acreditam mais na possibilidade de uma nova ditadura no país. Foto: reprodução

Uma pesquisa do Datafolha revela que eleitores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) acreditam mais na possibilidade de uma nova ditadura no Brasil do que os eleitores de Lula (PT).

Entre os que votaram em Bolsonaro no segundo turno de 2022, 45% veem uma chance de ditadura, enquanto entre os eleitores de Lula esse número é de 38%. Desses, 24% dos apoiadores de Bolsonaro consideram a probabilidade alta, comparado a 18% dos eleitores de Lula. Por outro lado, 56% dos eleitores do petista dizem que não há nenhuma chance de uma nova ditadura, percentual próximo aos 50% entre os apoiadores do ex-presidente.

Em relação ao risco de golpe em 2022, os eleitores de Lula percebem maior ameaça do que os de Bolsonaro. Enquanto 89% dos eleitores do petista acreditam que houve risco, sendo 69% considerando esse risco grande, 48% dos bolsonaristas negam qualquer possibilidade de golpe militar após as eleições. Apenas 17% dos eleitores de Bolsonaro avaliam que a chance de golpe foi grande, embora 46% reconheçam que houve alguma possibilidade.

A pesquisa também aponta divergências sobre uma possível tentativa de golpe por Bolsonaro para permanecer no poder. Entre os eleitores de Lula, 84% concordam que o ex-presidente tentou um golpe, enquanto 73% dos apoiadores de Bolsonaro discordam da afirmação.

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Bolsonaro e Braga Netto. Foto: reprodução

A discrepância persiste quando se trata do suposto plano para assassinar Lula, Geraldo Alckmin (PSB) e o ministro Alexandre de Moraes, do STF. Entre os bolsonaristas, 79% acreditam que Bolsonaro não teve participação, enquanto 69% dos eleitores de Lula afirmam que ele esteve envolvido.

Além disso, anistia aos bolsonaristas golpistas do 8 de janeiro, defendida pelo ex-presidente, divide seus eleitores. Metade se posiciona contra e 45% a favor. Em março, a pesquisa indicava que 53% dos apoiadores de Bolsonaro eram contrários ao benefício, enquanto 40% se mostravam favoráveis.

O levantamento foi realizado com 2.002 pessoas em 113 municípios de todo o Brasil entre os dias 12 e 13 de dezembro. Os entrevistados tinham 16 anos ou mais, e a margem de erro é de dois pontos percentuais, para mais ou para menos, com nível de confiança de 95%.