Em 1º evento após derrota, Boulos manda recado para Tarcísio: “Não será presidente”

Atualizado em 7 de novembro de 2024 às 22:27
Guilherme Boulos de lado, falando em microfone e apontando
Guilherme Boulos (PSOL) em evento chamado “O Futuro É Nosso” – Foto: Marlene Bergamo/Folhapress

Após ser derrotado nas eleições municipais de São Paulo, o deputado federal Guilherme Boulos (PSOL) fez fortes declarações contra o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos), nesta quinta-feira (7). Segundo o psolista, o chefe do governo paulista pode “botar a viola no saco porque não será presidente da República em 2026”.

Em evento no Sindicato dos Bancários, o parlamentar também comentou a vitória de Donald Trump nos Estados Unidos, apontando que isso teria encorajado “uma turma a dizer que o inelegível deve voltar a ser elegível”, em referência ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

O evento, chamado “O Futuro É Nosso”, marcou o retorno de Boulos aos atos públicos após a eleição, na qual ele recebeu 40,65% dos votos, perdendo para o atual prefeito Ricardo Nunes (MDB), reeleito com 59,35%.

Durante seu discurso, o político do PSOL analisou a derrota e destacou os desafios enfrentados, mesmo com o apoio do presidente Lula (PT) e um aumento expressivo de verbas para sua campanha. Ele lembrou que o resultado foi semelhante ao das eleições de 2020, quando perdeu para Bruno Covas (PSDB) por uma margem próxima.

Boulos ressaltou que enfrentou uma campanha que, segundo ele, utilizou “mentiras e fake news” para prejudicá-lo, citando, entre outras, o laudo falso divulgado por Pablo Marçal (PRTB) e a acusação de que o PCC teria orientado votos para o PSOL, uma afirmação atribuída a Tarcísio. “E a Justiça Eleitoral sem fazer nada”, criticou o deputado, que também solicitou a cassação de Tarcísio e Nunes por crime eleitoral.

Em seu discurso, ele reafirmou a importância de reorganizar a esquerda e destacou a necessidade de se preparar para os próximos desafios eleitorais. Ele enfatizou que a única pessoa capaz de vencer a extrema direita em 2026 seria o presidente Lula. Atrás de Boulos, uma faixa com a frase “a esperança é revolução; o desânimo é conservador” reforçava a mensagem do ato.

Entre os presentes no evento estavam figuras importantes da esquerda, como a deputada federal Erika Hilton (PSOL-SP), Rui Falcão (PT-SP), Orlando Silva (PCdoB-SP), além de ex-parlamentares e lideranças do PT e PSOL.

Erika Hilton agradeceu a Boulos por enfrentar uma campanha que classificou como “violenta, cruel e injusta”, e defendeu que a esquerda recupere o “encantamento” da classe trabalhadora. Rui Falcão, por sua vez, ressaltou a necessidade de união e reconexão com o povo.

A vitória de Trump nos Estados Unidos também foi mencionada no evento, gerando preocupações sobre o possível fortalecimento do bolsonarismo no Brasil. Bolsonaro, que atualmente está inelegível até 2030, celebrou a vitória de Trump como um “passo importante” para seu retorno ao cenário político. Embora tenha apoiado Nunes na eleição, ele se manteve distante da campanha ativa do prefeito.

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