O ex-diretor da Polícia Rodoviária Federal, Silvinei Vasques, voltou a pedir, durante audiência de custódia, para cumprir prisão em Santa Catarina, estado onde residia antes de tentar deixar o país. A solicitação já havia sido encaminhada ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, e aguarda decisão.
Enquanto o pedido não é analisado, ele permanecerá detido no Distrito Federal. Ele ficará na mesma unidade prisional que abriga seu ex-superior hierárquico, Anderson Torres, ex-ministro da Justiça no governo Jair Bolsonaro.
Ele desembarcou em Brasília neste sábado (27) em um voo da Polícia Federal, após ser preso no Paraguai com documentos falsos. Ao chegar à capital, foi encaminhado ao 19º Batalhão da Polícia Militar do Distrito Federal, conhecido como Papudinha.
De acordo com apuração do portal Metrópoles, Silvinei deu entrada no batalhão por volta das 16h30, levando apenas uma pequena mala de viagem. O local abriga o Núcleo de Custódia da Polícia Militar, estrutura destinada a policiais e autoridades com prerrogativa de Estado-Maior.
Anderson Torres está preso no mesmo batalhão desde 25 de novembro. A custódia conjunta ocorre enquanto o Judiciário analisa pedidos da defesa dele relacionados ao local de cumprimento da prisão preventiva.
Silvinei foi condenado a mais de 24 anos de prisão por tentativa de golpe de Estado. Apesar da condenação, até a sexta-feira anterior à fuga não havia mandado de prisão em aberto, e ele cumpria medidas cautelares, como o uso de tornozeleira eletrônica e a proibição de deixar o país.
Com a tentativa de fuga, o ministro Alexandre de Moraes decretou a prisão preventiva. Segundo as investigações, ele tentou embarcar no Paraguai utilizando um passaporte falso, passando-se por cidadão paraguaio sob o nome de Julio Eduardo Fernandez, com destino final em El Salvador.
A movimentação já vinha sendo monitorada pelas autoridades brasileiras. Alertas foram emitidos após a violação do equipamento de monitoramento eletrônico, e a adidância da Polícia Federal no Paraguai comunicou previamente a polícia local, que efetuou a prisão.
Após ser detido, Silvinei foi entregue às autoridades brasileiras em Foz do Iguaçu (PR), na noite de sexta-feira, após expulsão sumária negociada entre os dois países. Ele passou a noite sob custódia no Paraná antes de seguir para Brasília, onde agora aguarda novas decisões judiciais.