Em carta, Bia Kicis diz que deputada neonazista “é defensora dos valores judaico-cristãos”

Atualizado em 23 de julho de 2021 às 23:47
Bolsonarista Bia Kicis se encontrou com deputada de partido de extrema direita alemão. Reprodução

Na última quinta-feira (22), o DCM noticiou que a deputada bolsonarista Bia Kicis (PSL-RJ) se reuniu com a deputada alemã Beatrix von Storch, que é dirigente do partido Alternativa para a Alemanha (AfD), sigla investigada por disseminar ideias extremistas e neonazistas.

Beatrix von Storch, além de vice-presidente do AfD, é neta de Lutz Graf Schwerin von Krosigk, que foi ministro das Finanças de Adolf Hitler, na Alemanha Nazista.

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Nesta sexta-feira (23), segundo o jornalista Renato Souza, do Correio Braziliense, Bia Kicis enviou uma carta ao presidente da Confederação Israelita do Brasil dizendo que a deputada alemã de extrema-direita “é uma defensora dos valores judaico-cristãos e da família e luta pela soberania de sua Pátria”.

Além de Bia Kicis, o deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) também se encontrou com a deputada alemã e celebrou nas redes sociais: “Somos unidos por ideais de defesa da família, proteção das fronteiras e cultura nacional”.

Eduardo Bolsonaro em reunião com Beatrix von Storch, do partido alemão acusado de ser neonazista. (Reprodução)

O partido da deputada a qual Eduardo disse “estar unido” foi colocado sob vigilância na Alemanha. Tem comunicações e movimentos controlados pela agência de inteligência alemã “Ação Federal para a Proteção da Constituição”, desenvolvida após a Segunda Guerra Mundial para proteger o país de políticas semelhantes ao nazismo. Porém, para parlamentares brasileiros, como Bia Kicis, a extremista serve de exemplo.

Museu do Holocausto publicou uma sequência de tweets na quinta-feira (22) denunciando a aproximação da deputada bolsonarista com o partido de extrema-direita da Alemanha. “A Alternative für Deutschland (Alternativa para a Alemanha) é um partido político alemão de extrema-direita, fundado em 2013, com tendências racistas, sexistas, islamofóbicas, antissemitas, xenófobas e forte discurso anti-imigração”, disse a página no primeiro tweet.

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