Em Dallas, Bolsonaro fecha turnê vexaminosa escancarando: “Estados Unidos acima de tudo”. Por Kiko Nogueira

Atualizado em 16 de maio de 2019 às 23:06
Golden shower

Jair Bolsonaro é o primeiro caso de presidente especializado em falar mal do próprio país em viagens internacionais.

Em Dallas, no Texas, onde foi receber um prêmio sem critério chamado “Personalidade do Ano”, ele classificou estudantes de imbecis, atacou uma repórter da Folha, fez uma visita surpresa a Bush, fez piada com o tamanho supostamente diminuto do membro de um oriental que foi cumprimentá-lo.

A coisa culminou com mais um discurso vagabundo, recheado daquela risada sardônica de tio do pavê de intestino constipado, detonando seus antecessores.

Ora, por menos que Bolsonaro não concorde com eles, Lula, Dilma, FHC, Collor foram eleitos pela mesma democracia representativa que o escolheu.

Trump critica muito Obama — em casa.

O sujeito não vai à Europa ou à Coreia do Norte xingá-lo de “comunista” ou de ter nascido no Quênia.

Bolsonaro não entendeu que está investido da Presidência da República e não usando a camiseta do Palmeiras.

Na cerimônia, inventou que Dilma teve “as mãos manchadas com sangue” na luta contra a ditadura.

Mentira. Dilma não participou de ações armadas na VAR-Palmares.

No final, mudou o slogan de governo e agregou, veja só que bandeira, os EUA — que contou amar desde a infância — e removeu Deus.

“Brasil e Estados Unidos acima de tudo. Brasil acima de todos”, declarou.

(O correto, caso você não se lembre desse lixo, é “Brasil acima de tudo, Deus acima de todos”).

Enquanto Bolsonaro continua em campanha contra o PT, Doria ocupava seu lugar no jantar de galar em Nova York pregando a “tolerância”.

Tem idiota útil que não se enxerga.