
Mauro Cid, ex-braço direito de Jair Bolsonaro (PL), detalhou em sua delação premiada o funcionamento do “gabinete do ódio”, o grupo de assessores do ex-presidente que tinha como objetivo principal atacar autoridades, disseminar desinformação e, com isso, obter ganhos políticos ou ideológicos.
Na ocasião, Cid também descreveu as ações das milícias digitais, compostas por apoiadores bolsonaristas e robôs que usavam as redes sociais para atacar ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) e opositores políticos.
A delação de Mauro Cid foi entregue aos investigadores da Polícia Federal (PF), responsáveis por inquéritos que buscam esclarecer a participação de incitadores, financiadores e executores dos atos de vandalismo que levaram à destruição das sedes dos três poderes em Brasília no dia 8 de janeiro.

O subprocurador-geral da República, Carlos Frederico Santos, está analisando como as revelações do ex-ajudante de ordens de Bolsonaro podem contribuir para desvendar a trama que marcou o governo anterior.
Milícias digitais
A investigação das milícias digitais é particularmente significativa para Cid, pois foi a partir dela, liderada pelo ministro Alexandre de Moraes, do STF, que seu sigilo telemático foi quebrado no ano passado. Esse processo revelou detalhes do envolvimento de Cid em pagamentos relacionados à ex-primeira-dama, Michelle Bolsonaro – foi com base nas informações obtidas em 2022 de sua conta no Google Drive e no iCloud que Moraes ordenou a prisão do militar em maio.
Nesta nova fase da delação do ex-ajudante de ordens, Carlos Frederico confirmou a existência de anexos relacionados a vários tópicos na delação de Cid, incluindo “gabinete do ódio” e milícias digitais. No entanto, ele não forneceu detalhes adicionais para evitar interferir nas investigações em curso.
A Polícia Federal já havia encaminhado ao STF um relatório preliminar sobre as atividades das milícias digitais bolsonaristas, descrevendo o processo de seleção de alvos, elaboração de conteúdo ofensivo, coordenação das ações de disseminação de informações falsas em várias plataformas e a busca por lucro por meio dessas atividades enganosas.
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