Em depoimento, empresário revela ter pago reforma de escritório de Renan Bolsonaro

Atualizado em 13 de maio de 2022 às 11:49
Jair Renan Bolsonaro
Jair Renan Bolsonaro. Foto: PR

Luís Felipe Belmonte pagou R$ 9,5 mil para que fosse reformado o escritório em Brasília usado por Jair Renan Bolsonaro, filho do presidente Jair Bolsonaro. A confirmação foi feita pelo empresário em depoimento prestado para a Polícia Federal. O caso faz parte do inquérito que investiga suposto tráfico de influência do “Zero Quatro” junto ao governo federal.

Belmonte foi uma das lideranças que trabalhou para que o partido Aliança Brasil saísse do papel, no entanto, acabou fracassando. Depois disso, ele se tornou dirigente do PSC no Distrito Federal.

Em seu depoimento, ele contou que Renan Bolsonaro e Allan Lucena pediram a contribuição financeira para a obra. Segundo o jornal O Globo, os policiais federais tiveram acesso a mensagens trocadas entre o personal e uma arquiteta. Os diálogos mostravam que a dupla de sócios buscou empresários para ter pagamentos destinados à montagem do escritório que fica no estádio Mané Garricha.

Frederick Wassef, advogado da família Bolsonaro, disse que Renan “não solicitou dinheiro a ninguém, não recebeu um único real de quem quer que seja, não recebeu carro de presente, não atuou para nenhuma empresa, não solicitou que ninguém pagasse nada a ninguém e seu nome foi usado indevidamente” e que nenhuma reunião foi marcada em “nenhum ministério”.

No entanto, a arquiteta Tânia Fernandes confirmou o recebimento do dinheiro de Belmonte. “Mas foi isso mesmo. Eu fiz o contrato de reforma do camarote, com o que seria feito, e ele fez a transferência, depois gerei o recibo de pagamento e executei a obra conforme estava planejado. Foi uma reforma simples e rápida. Foi mais pintura geral, um pedaço de parede de gesso, ajustes de elétrica, polimento da pedra que já tinha, instalação de iluminação simples e instalação de um piso flutuante de compensado imitando madeira”, explicou.

“Neste orçamento, foi feito o pagamento de materiais e mão de obra. É mais uma maquiagem do local, pois obra mesmo do tipo estrutural, ou alterações não ocorreu. No final, prestei contas e gerei o recibo de pagamento, como todo profissional faz. O resto de materiais, como mobílias, móveis, painéis, plantas e placa da logo deles, foi de patrocinadores de outras empresas, que foram passadas para mim e eu só defini o tipo, cor e tamanho, mas a tratativa ou acordos ou sei lá não foi comigo. Só defini mesmo mediante catálogos o que ficava bom lá dentro”, acrescentou.

Questionado pela PF sobre o tema, o empresário afirmou que já patrocinou diversos atletas e que o fato de “ser filho do presidente da República é irrelevante”.

Os policiais federais também questionaram se Belmonte pediu que Renan intermediasse junto ao governo federal os seus interesses comerciais. “Não tem nenhum relacionamento com o poder público”, comentou.

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