Em despacho, Moro, o Jeová onisciente de Curitiba, fala da greve dos caminhoneiros. Por Kiko Nogueira

Atualizado em 25 de maio de 2018 às 22:52

Devido ao fato de que Deus conhece tudo sobre todos os homens, ninguém escapará do juízo vindouro.

Não haverá pecado oculto que não seja revelado.

“Diante de ti puseste as nossas iniquidades; os nossos pecados ocultos, à luz do teu rosto”, diz Davi em um seus salmos.

Em despacho desta sexta, dia 25, no âmbito do processo do sítio de Atibaia, que tem como réu Lula, Moro determinou o adiamento das audiências programadas para a próxima segunda.

Sem que lhe fosse pedido ou perguntado, teceu considerações acerca da greve dos caminhoneiros.

Por quê?

Ora, porque é onisciente.

Segundo o Jeová do Paraná, é preciso “bom senso” nos protestos.

Ele quer a normalização da situação antes que episódios de violência aconteçam.

“Há uma pauta de reivindicação legítima da respeitável categoria e que deve ser avaliada pelas autoridades competentes“, considera.

O prolongamento excessivo da paralisação e o bloqueio de rodovias, no entanto, é “questionável”.

“Os olhos do Senhor estão em todo lugar, contemplando os maus e os bons”, lê-se nos Provérbios.

“E até mesmo os cabelos da vossa cabeça estão todos contados”, diz Mateus nos Evangelhos.

E pensar que tudo isso saiu Curitiba, oh, glória.