Em evento, Ignácio Loyola Brandão diz que trocaria inseto de “A Metamorfose” por Bolsonaro

Atualizado em 25 de janeiro de 2020 às 22:47
Ignácio de Loyola Brandão na Mercearia São Pedro, em SP

Um dos participantes do debate “São Paulo-Cidade-Diversidade”, realizado neste sábado na Mercearia São Pedro, reduto etílico-político da Vila Madalena, em São Paulo, era o escritor Ignácio Loyola Brandão.

Em resposta a uma pergunta de um dos espectadores, sobre qual obra da literatura mundial reescreveria, não teve dúvida: cravou “Metamorfose”, de Franz Kafka.

Contagiado pelo que está ocorrendo no país, o autor de “Zero”, eleito para a Academia Brasileira de Letras no ano passado, disse que se limitaria a modificar a frase de abertura do texto (“Quando certa manhã Gregor Samsa acordou de sonhos intranquilos, encontrou-se em sua cama metamorfoseado num inseto monstruoso”).

“Em seu lugar eu escreveria: ‘Quando certa manhã um inseto monstruoso acordou de sonhos intranquilos, encontrou-se em sua cama metamorfoseado em Jair Bolsonaro'”, disse Loyola Brandão, do alto de seus 83 anos, arrancando aplausos da plateia.

Loyola teve como companheiros de debate a cartunista Laerte, a apresentadora da TV Cultura Adriana Couto e o jornalista Matthew Shirts.