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Em live de Bolsonaro, chefe da Funai defende legalização de garimpo em terra indígena

Publicado originalmente no Brasil de Fato

Jair Bolsonaro, um suposto indígena (de pé) e o presidente da Funai: “Índio quer é produzir e vender” – Reprodução – Youtube

Durante a live semanal do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) desta quinta-feira (29), o presidente da Fundação do Índio (Funai), Marcelo Xavier, o mesmo que aglomerou sem máscara em terra indígena na última quarta-feira (28), defendeu legalizar o garimpo em área indígena.

Ao responder uma pergunta de um jornalista convidado, ele disse: “É possível essa convergência (entre garimpo e terra indígena), a mineração pode ser a solução das terras indígenas. Porque, hoje em dia, é feito de forma escondida, a riqueza fica nas mãos de poucos”, teorizou o chefe da Funai.

Na sequência, Xavier foi além, dando a entender o governo federal trabalha, de fato, com a possibilidade de legalizar a atividade mineradora no interior de territórios indígenas: “Quando nós formos legalizar essa atividade (garimpo, mineração), certamente haverá divisão (dos lucros gerados) equânime dentro da aldeia, o que vai resolver inclusive problemas de conflitos internos que existem hoje, de disputa pela riqueza”.

Na mesma transmissão ao vivo, Bolsonaro levou um suposto representante dos povos originários brasileiros. Ele defendeu a instalação da lavoura mecanizada no interior de territórios indígenas.

O suposto indígena levado por Bolsonaro em sua live ficou o tempo todo de pé, sem poder se sentar ao lado do presidente. Ele aproveitou para reclamar por ser impedido de utilizar sementes transgênicas em suas plantações e da dificuldade que encontra em exportar sua produção para a Europa.

Constrangimento

Em um dado momento, Bolsonaro pediu para que o suposto indígena falasse um pouco de sua língua mãe, sem ter a menor ideia de qual era. O suposto indígena disse algumas palavras e, ao finalizar sua fala, todos caíram no riso, como se o idioma fosse algo engraçado, ou uma piada.

Referindo-se a todo tempo aos indígenas como “índio”, Bolsonaro ainda defendeu a produção de soja dentro dos territórios demarcados, além de advogar pela criação da “Opep da Solja”, em referência à Organização dos Países Exportadores de Petróleo.

Estudiosos e lideranças indígenas há anos alertam que o termo “índio” traz um aspecto negativo e reforça preconceitos sobre os indígenas. Pela palavra ter uma conotação ideológica forte, faz com que as pessoas liguem o nome a coisas ruins, como achar que ela está ligada à pessoas preguiçosas, selvagens, canibais, atrasadas…

Edição: Vinícius Segalla

Diario do Centro do Mundo

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