O número de desaparecidos após a passagem de um ciclone extratropical pelo Rio Grande do Sul foi a 46 e o de mortes está em 41.
Três municípios foram particularmente atingidos pela tragédia: Muçum foi varrido do mapa, Lajeado e Arroio do Meio registram oito desaparecimentos cada.
Mais de 10 mil pessoas estão fora de casa devido às inundações. A Defesa Civil calcula que a quantidade de afetados ultrapassa 135 mil.
Parcela enorme de responsabildade se deve à inação e à incompetência de Eduardo Leite, o governador tucano que imita Zelensky, vestindo um colete impecavelmente limpo para lá e para cá enquanto os cadáveres se amontoam na lama.
Na quarta, 6, Leite (PSDB) e o jornalista André Trigueiro, da GloboNews, bateram boca. O político se disse “surpreendido” pelo volume de chuvas, não previsto pelos “modelos matemáticos”.
Trigueiro, que há décadas cobre a área, retorquiu, corretamente, que o discurso é o mesmo utilizado por outros em tragédias do tipo, destacando que o trabalho de prevenção diante das mudanças climáticas não é feito.
Leite teve um chilique: ”Você quer colocar a culpa em mim porque eu falei sobre os modelos matemáticos que não apontaram a precipitação?”
Em março, o site Headline publicou uma boa reportagem intitulada “Foco na mitigação da seca torna RS mais vulnerável às mudanças climáticas”.
O trecho final diz o seguinte:
A falta de planejamento e adaptação a um cenário de colapso climático do Rio Grande do Sul também se reflete na inversão do La Niña. A Organização Meteorológica Mundial (OMM) prevê um possível retorno do El Niño ainda em 2023. Na última ocorrência do fenômeno, em 2015/2016, as temperaturas médias globais atingiram recordes que contribuíram para a devastação de florestas, ao propiciar focos de incêndio. Eventos de El Niño com essa intensidade normalmente ocorrem uma vez a cada 15 anos.
Caso a previsão de um El Niño em 2023 se confirme, mesmo que menos intenso, a estiagem severa deverá dar lugar a fortes chuvas no estado. Mas o governo também não está preparado para enfrentar as enchentes.
Perguntado sobre o tema, Feltes [Giovani Feltes, secretário de Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação do RS] admitiu não haver qualquer plano de ação abrangendo atualmente essa possibilidade. “Se nós tivermos a estiagem acabando e logo ali adiante o excesso das águas, que também traz dificuldades, estaremos numa fase um pouco desafiadora”.