Em meio à delação de Cid, Exército solta nota sobre “confiança” com dados de pesquisa marotos

Atualizado em 22 de setembro de 2023 às 10:19
Jair Bolsonaro e Mauro Cid com Braga Netto. Foto: Reprodução

Em meio à delação do tenente-coronel Mauro Cid à Polícia Federal (PF) e de uma crise de imagem por causa de sua vocação golpista, o Exército divulgou, nesta sexta-feira (22), uma nota sobre a “confiança” dos brasileiros na instituição.

A corporação torturou números do Datafolha, de uma semana atrás, e da Quaest, de um mês atras, até eles confessarem.

O Exército é considerado confiável para 34% dos brasileiros, 44% afirmam que os militares são pouco confiáveis, enquanto 21% não confiam; somando-se os consultados que fazem a avaliação negativa, chega-se ao total de 65% de desconfiança, diz o Datafolha.

A confiança nos militares atingiu seu menor patamar na série histórica, iniciada em 2017. Em 2019, 45% dos entrevistados avaliaram os militares como confiáveis.

Na época, 35% avaliaram como pouco confiáveis e 18% como não confiáveis; a imagem vem caindo desde então. Em 2021, 37% dos entrevistados confiavam nos militares, enquanto 39% consideravam os fardados pouco confiáveis e 22% afirmavam não confiar.

No título do comunicado do Exército, é destacado que a nova pesquisa “reafirma” a confiança dos brasileiros nas Forças Armadas, o que não é verdade.

A Força também aponta que o índice de confiança nos militares “vem se sustentando ao longo dos anos, como atestam pesquisas realizadas por diferentes institutos e metodologias”.  É mentira.

“Já a pesquisa da Consultoria e Pesquisa QUAEST apontou que as Forças Armadas continuam ocupando posição de destaque no ranking das instituições com nível de confiança de 74%. O levantamento foi realizado entre 10 e 14 agosto do corrente ano, destinando-se a medir o nível de confiança dos brasileiros nas instituições”, diz a nota do Exército.

No X, antigo Twitter, a foto escolhida para essa patacoada mostra um soldado ao alvorecer, segurando uma arma supermoderna, como se pronto a invadir a Venezuela, quando se sabe que o que essa turma faz é conspirar, mamar nas tetas do Estado e pintar meio-fio.

Na verdade, a pesquisa da Quaest revelou que a confiança nas Forças sofreu uma queda expressiva desde o fim do ano passado. Entre dezembro de 2022 e agosto, o número dos brasileiros que afirmavam “confiar muito” na instituição passou de 44% para 33%. De acordo com o levantamento, a queda de confiança mais significativa se deu entre eleitores de Bolsonaro no segundo turno da eleição.

O levantamento ainda mostra que a porcentagem de quem “confia pouco” nas Forças Armadas registrou um crescimento: foi de 36% em dezembro de 2022 para 41% em agosto. A parte de entrevistados que “não confia” na instituição foi de 18% para 23% no mesmo período de tempo. 2% disseram não souber responder.

Ainda tentando “driblar” os dados dos levantamentos, o Exército destaca no final da nota que “os índices de confiança, que se reforçam a cada ano, assumem valores ainda mais significativos”.

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