Em nota ao DCM, GV desmente Decotelli: ele nunca trabalhou 40 anos na Fundação como disse nesta segunda

Atualizado em 29 de junho de 2020 às 23:16
É uma mentira atrás da outra, impressionante

Já há quem diga que Bolsonaro vai manter Carlos Decotelli no ministério da Educação, pois ele não traiu o governo e apenas se atrapalhou ao informar sobre sua carreira acadêmica.

Difícil de acreditar. Bolsonaro disse o mesmo sobre Sergio Moro algumas vezes, negando a saída dele do governo, e também sobre Weintraub, que saiu corrido do país após ameaçar os ministros do STF e, ainda, sobre Regina Duarte.

Quanto a Decotelli, de uma coisa ele não escapa: entrou para o anedotário do governo, protagonizando um dos momentos mais ridículos desde que Jair tomou posse em janeiro passado.

Tendo seu currículo desmentido em praticamente toda sua totalidade, dobrou a aposta em entrevista coletiva na tarde desta segunda, 29, na porta do Ministério.

Para justificar o pós-doutorado que não fez na Bergische Universitãt Wuppertal, na Alemanha, alegou que foi recebido na instituição em função de seus “40 anos como professor na Fundação Getúlio Vargas”.

Minutos antes, a instituição já havia desmentido essa história ao DCM.

Em nota enviada ao portal, informou que ele “nunca atuou como professor de qualquer das escolas da Fundação”.

Você leu bem: nunca.

Segundo a FGV, Decotelli atuou apenas nos cursos de educação continuada, nos programas de formação de executivos e não como professor de qualquer das escolas da Fundação.

Leia nota enviada ao DCM.

“A FGV se encontra em regime de trabalho remoto, com aulas presenciais suspensas inclusive, desde março de 2020, por força do isolamento imposto pela pandemia do Coronavírus, seguindo determinação das autoridades constituídas, federal, estadual e municipal, em razão do estado de emergência de saúde. O Prof. Decotelli cursou mestrado na FGV, concluído em 2008. Assim, qualquer informação a respeito demandará acesso a arquivos físicos da época pelos respectivos orientadores responsáveis, o que só poderá se dar após o retorno destes a atuação presencial, eis que todos pertencentes ao chamado grupo de risco. Quanto aos cursos de doutorado e pós-doutorado, realizados com outras instituições educacionais, cabe a estas prestar eventuais esclarecimentos e não à FGV, para quem o Prof. Decotelli  atuou apenas nos cursos de educação continuada, nos programas de formação de executivos e não como professor de qualquer das escolas da Fundação. Da mesma forma, não foi pesquisador da FGV, tampouco teve pesquisa financiada pela instituição.”