Em nova pesquisa, sinal de alerta para Lula. Por Antonio Martins

Atualizado em 6 de março de 2024 às 10:15
Gráfico da economia nos últimos 12 meses no Brasil Foto: Quaest

Por Antonio Martins

A posição firme e corajosa de Lula contra o genocídio promovido por Israel em Gaza animou seus apoiadores mais politizados. Mas o Palácio do Planalto deveria olhar atentamente para a mais recente pesquisa de opinião sobre seu desempenho, divulgada na manhã desta quarta-feira. Os dados são fresquíssimos. As 2 mil entrevistas foram feitas entre 25 e 27 de fevereiro.

O instituto é o Quaest, um dos mais sérios. O problema são os resultados. A aprovação do trabalho do presidente caiu a 51% e a desaprovação subiu a 46%. A diferença (5 pontos) caiu rapidamente desde a sondagem anterior (em dezembro de 2023). É a mais baixa desde a posse e, a rigor, um empate técnico.

A desaprovação passou a preponderar no Sudeste (onde haverá eleições municipais muito relevantes em outubro) e cresceu no Sul. No bravo Nordeste, a diferença a favor do governo diminuiu um pouco, mas ainda é folgada (37 pontos).

Gráfico de aprovação do trabalho do presidente Lula. Foto: Quaest

A desaprovação agora prepondera na faixa entre 16 e 34 anos (50% x 46%) e a diferença pró-Lula caiu rapidamente entre as mulheres (de 14 para 6 pontos de vantagem, em dois meses). Na estratificação entre faixas de renda, Lula agora está positivo até 2 saĺarios mínimos (25 pontos de vantagem), mas passou a ter desvantagem (de 7 pontos) no segmento entre 2 e 5 mínimos.

Um dos temas da pesquisa é especialmente útil para identificar a queda de satisfação da sociedade: a Economia. Agora, 38% acham que ela “piorou” nos últimos 12 meses, contra apenas 26% que julgam ter “melhorado”. É uma diferença de 14 pontos.

Há uma percepção esmagadora de que os preços dos alimentos aumentaram (73% x 13%) e de que o mesmo ocorreu com as contas de consumo, que se referem em geral a serviços privatizados, mas administrados pelo governo (63% x 7%). Isso pode ajudar a explicar a queda da avaliação entre as mulheres.

As percepções populares sobre a Economia em geral não transparecem na mídia, que aplaude invariavelmente as políticas de “ajuste fiscal” favoráveis à Faria Lima. A nova sondagem pode ajudar a acordar os iludidos.

Originalmente publicado no Outras Palavras
Siga nossa nova conta no X, clique neste link
Participe de nosso canal no WhatsApp, clique neste link

Entre em nosso canal no Telegram, clique neste link