Em Nova York, Lula participa de ato pela democracia com líderes mundiais nesta quarta

Atualizado em 24 de setembro de 2025 às 6:46
O presidente Lula (PT) discursa na 80ª edição da Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), em Nova York. Foto: Reprodução

O presidente Lula (PT) participa nesta quarta-feira (24) de um ato em defesa da democracia e contra o extremismo, em Nova York. O encontro reúne líderes do Chile, Colômbia, Espanha e Uruguai e ocorre em paralelo à 80ª Assembleia-Geral da ONU.

O fórum vai discutir medidas para fortalecer a democracia, combater a desinformação e enfrentar discursos de ódio. Segundo os organizadores, cerca de 30 países devem enviar representantes.

Diferentemente de 2023, quando os Estados Unidos marcaram presença no evento ainda sob Joe Biden, neste ano o país não foi convidado — e tampouco o governo Donald Trump demonstrou interesse.

Além de Lula, o encontro é coordenado por Gabriel Boric (Chile), Pedro Sánchez (Espanha), Gustavo Petro (Colômbia) e Yamandú Orsi (Uruguai). Todos participam da Assembleia-Geral da ONU, aberta na terça (23) com discursos de Lula e Trump.

Antes de falar, o republicano disse ter se reunido brevemente com Lula e adiantou que os dois marcaram uma conversa para a próxima semana, possivelmente por telefone ou videoconferência. “Por 39 segundos, nós tivemos uma ótima química, e isso é um bom sinal”, afirmou Trump, ressaltando que teve “uma química excelente” com o petista.

Apesar do tom amistoso, o Itamaraty orientou cautela. A diplomacia brasileira quer evitar constrangimentos como os enfrentados por outros líderes em reuniões anteriores com Trump, entre eles Volodymyr Zelenski, da Ucrânia, e Cyril Ramaphosa, da África do Sul.

Lula reforça defesa da soberania

Essa é a primeira visita de Lula aos Estados Unidos desde a posse de Trump, em janeiro, e acontece em meio a uma crise diplomática marcada pela tarifa de 50% imposta a produtos brasileiros após a condenação de Jair Bolsonaro (PL).

Na ONU, Lula foi firme ao defender a soberania nacional e o papel do Judiciário. “Nossa democracia e nossa soberania são inegociáveis (…) Agressão contra o Poder Judiciário é inaceitável. (…) Seguiremos como país soberano e povo unido contra qualquer tipo de ameaça”, declarou, recebendo aplausos.

O presidente também condenou “falsos patriotas” e descartou a possibilidade de anistia a quem atentou contra a democracia.