Em papo chapa branca na Istoé, Moro diz que “objetivo” das mensagens é “soltar Lula” e que não foi antiético

Atualizado em 8 de agosto de 2019 às 19:39
Ação entre amigos

Moro usou a Istoé, que lhe presta assessoria de imprensa desde os bons tempos da Lava Jato, para fazer sua defesa numa entrevista que virou capa.

Diz ele, entre cortadas de bolas levantadas pelos jornalistas (um deles, Germano Oliveira, é autor da famosa selfie comemorando a condenação de Lula à prisão no TRF-4):

. O que eu vi das mensagens divulgadas, tirando todo o sensacionalismo realizado, é que não há nenhuma ilegalidade ou postura antiética de minha parte.

. Mesmo abstraindo a falta de demonstração de autenticidade dessas mensagens, ninguém fala em fraudar provas, em incriminar um inocente. O que existe ali são mensagens inócuas.

. Está claro que um dos objetivos é anular condenações, entre elas a de Lula.

. Quando divulgamos a portaria [666, a da deportação], algumas pessoas disseram: ah, mas é uma retaliação ao jornalista americano [Glenn Greenwald]. Primeiro, ele já está no País. Segundo, não está enquadrado em nenhuma dessas condutas criminais. E, terceiro, pelo fato de ser casado com um brasileiro, e ter filhos brasileiros, ele sequer poderia ser deportado. Então, temos de ter cuidado com essas tentativas de gerar ainda mais sensacionalismo. A medida não tem nada a ver com o caso do jornalista do Intercept.

. O que eu tenho percebido, pelo contato com a sociedade, é que houve até a intensificação do apoio ao nosso trabalho.

. É inapropriado se discutir cargos no STF, quando não existe a vaga de fato. O meu foco é o trabalho aqui como ministro da Justiça e da Segurança Pública. Minha expectativa é realizar um bom trabalho no meu período de gestão aqui.

. O que eu falei desde o início é que se fosse apresentado algo que eu tivesse feito de ilegal, ilícito ou imoral eu deixaria o cargo, mas sinceramente o que eu vi foi um monte de bobagens. 

. A quem cabe decidir sobre a destruição das mensagens é o Judiciário. Agora, existe uma investigação sobre o hackeamento e não sobre o conteúdo das mensagens. O foco da PF é o hackeamento e caberá ao juiz decidir ao final sobre a destinação dessas provas. Pode ser a destruição. Afinal, elas são produto de um roubo eletrônico. Mas eu não dei nenhuma determinação à PF para a destruição de qualquer prova.