
O presidente do Partido Liberal (PL), Valdemar Costa Neto, já teria admite, em privado, a possibilidade de que Jair Bolsonaro (PL) seja preso. Até o próprio ex-mandatário estaria conformado com sua prisão.
“No final de 2021, Bolsonaro dizia que havia três alternativas para o futuro dele: estar preso, morto ou a vitória. Ele não obteve a vitória e não morreu; só resta a prisão. Essa hipótese é cada vez mais presente. O próprio Bolsonaro, privadamente, reconhece haver esse risco. O Valdemar Costa Neto também admite isso, em privado. Todos eles trabalham com essa hipótese”, explicou Josias de Souza, colunista do UOL.
O jornalista apurou que esta hipótese ganhou força entre os bolsonaristas porque o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, está cuidando dos casos.
A ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro também deve se ver às voltas com a Justiça, o que só prejudicaria ainda mais o marido dela.
“Com as contas pessoais desalinhadas, Michelle está prestes a ser intimada pela Polícia Federal e sentiu a necessidade de contratar um bom advogado para construir sua defesa”, seguiu o colunista. “Ela começa a suspeitar que Deus não é full time. Daqui a pouco, Bolsonaro precisará examinar periodicamente a rigidez do dedo indicador da sua mulher. Delações domésticas não são incomuns na política brasileira. Não parece promissor o futuro do Bolsonaro”.
No que se refere à recompra do relógio Rolex nos EUA, Lilia Schwarcz classificou a versão do advogado Frederick Wassef para justificar a movimentação como uma “declaração de culpa” de Jair Bolsonaro.
A historiadora destacou que o impacto das declarações do advogado foi “catastrófico” para o bolsonarismo: “Essa fala do advogado é uma declaração de culpa de Jair Bolsonaro. Ao dizer que isso não foi mandado nem por Bolsonaro nem por Mauro Cid”.
“Quando precisamos citar nomes dessa maneira, é porque temos que esconder muita coisa. Ele não precisaria citar esses dois nomes. Se ele citou, é um atestado de culpa com todas as letras”, acrescentou a antropóloga.

Já se tratando do depoimento do hacker Walter Delgatti Neto à CPMI dos Atos Golpistas, Josias de Souza disse que o que ele tem a dizer sobre o encontro que teve com Bolsonaro deve complicar ainda mais a vida do ex-mandatário.
“Delgatti se transformou em uma espécie de símbolo da abjeção que vigorou durante a gestão Bolsonaro. Somos muito condescendentes ao chamá-lo de hacker, porque se trata de um estelionatário. Se ele estiver disposto a falar, tem muito a dizer”, pontuou.
“Ele é detentor de segredos da República e foi levado a sério por militares e pelo então presidente. Hoje, ele é um fio desencapado desse esquema deteriorado que se formou em torno do Bolsonaro”.