Em recado a Castro, Lula exalta inteligência da PF por ação contra fraudadores do Pix

Atualizado em 30 de outubro de 2025 às 18:22
O presidente Lula. Foto: Divulgação

O presidente Lula elogiou nesta quinta-feira (30) a operação da Polícia Federal que prendeu suspeitos de integrar uma quadrilha de hackers responsável por fraudes milionárias com o uso do Pix. A declaração foi interpretada como uma resposta indireta à ação letal promovida pelo governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro, dois dias antes.

Em publicação no X, Lula escreveu: “Inteligência policial, tecnologia e planejamento. É com o uso dessas armas que a Polícia Federal localizou e prendeu suspeitos de integrar a quadrilha de hackers que desviou dinheiro de empresas ligadas ao Pix. Mais um trabalho sério e eficaz da Polícia Federal.”

A operação da PF mirou um grupo criminoso especializado em ataques cibernéticos que desviava recursos de instituições financeiras e empresas de pagamento. De acordo com as investigações, o esquema movimentou mais de R$ 813 milhões em fraudes envolvendo o sistema Pix.

Os suspeitos usavam técnicas de invasão remota para acessar dispositivos eletrônicos de clientes e transferir valores de forma fraudulenta para contas controladas pelos criminosos. Ao todo, foram cumpridos 42 mandados de busca e apreensão e 26 de prisão, sendo 19 preventivas e sete temporárias, em diferentes estados.

As ações ocorreram em Goiânia (GO), Brasília (DF), Itajaí e Balneário Camboriú (SC), São Paulo e Praia Grande (SP), Belo Horizonte, Betim e Uberlândia (MG), João Pessoa (PB) e Camaçari (BA). Parte dos investigados está fora do país. Além das prisões, a Justiça determinou o bloqueio de cerca de R$ 640 milhões em bens e valores dos envolvidos.

A investigação aponta que o grupo tinha atuação nacional e internacional, operando a partir de softwares que simulavam transações legítimas do sistema financeiro. As vítimas, geralmente clientes de bancos digitais e empresas intermediadoras de pagamento, tinham valores desviados sem perceber.

O contraste entre a operação digital da PF e a violenta ação policial no Rio de Janeiro chamou a atenção. Enquanto a corporação federal prendeu os hackers sem registro de feridos, a Operação Contenção, conduzida pelas polícias Civil e Militar fluminenses, terminou com 121 mortos, segundo atualização da Secretaria de Segurança Pública. Trata-se da ação policial mais letal do país desde o massacre do Carandiru, em 1992.

Deflagrada na terça-feira (28), a Operação Contenção envolveu cerca de 2.500 agentes e tinha como objetivo enfraquecer o Comando Vermelho, cumprir cerca de 100 mandados de prisão e impedir o avanço territorial da facção nos complexos do Alemão e da Penha. Entre os alvos, havia criminosos vindos de outros estados, incluindo o Pará.

Guilherme Arandas
Guilherme Arandas, 27 anos, atua como redator no DCM desde 2023. É bacharel em Jornalismo e está cursando pós-graduação em Jornalismo Contemporâneo e Digital. Grande entusiasta de cultura pop, tem uma gata chamada Lilly e frequentemente está estressado pelo Corinthians.