Em último pronunciamento, Bolsonaro diz que “não teve apoio” para golpe e assume derrota

Atualizado em 30 de dezembro de 2022 às 11:36
O presidente Jair Bolsonaro (PL) em live. Foto: Reprodução

Em última live como presidente da República, Jair Bolsonaro admitiu que tentou viabilizar um golpe de estado. Ele afirmou que buscou dentro das 4 linhas alternativas para que posse do Lula não acontecesse, mas não obteve apoio.

“Tem gente que vai ficar chateada comigo, que eu deveria ter feito alguma coisa. Para você conseguir alguma coisa, mesmo dentro das 4 linhas, precisa ter apoio”, disse. “Eu busquei, dentro das quatro linhas [da Constituição], se tinha uma alternativa para isso aí. Se a gente poderia questionar alguma coisa”.

Logo no início de sua fala, Bolsonaro tentou se isentar dos atos antidemocráticos que começaram após a sua derrota nas eleições presidenciais, voltando a insistir que defende a liberdade e a Constituição.

“Essa falta de liberdade que nós estamos vivendo prejudica a democracia. Isso daí, no futuro, se continuar, vai pegar todo mundo. Nós sempre lutamos por democracia, por liberdade, por respeito às leis, à Constituição. Eu passei quatro anos, além de trabalhar juntamente com meus ministros mostrando a importância da liberdade para a democracia”, disse.

Ele também criticou seu apoiador que tentou explodir um caminhão-tanque próximo ao aeroporto de Brasília. “Nada justifica, aqui em Brasília, essa tentativa de ato terrorista na região do aeroporto”, afirmou o futuro ex-presidente. “O elemento que foi pego, graças a Deus, que não coaduna com nenhuma situação”.

No mesmo pronunciamento, ele assumiu a derrota e disse ter feito o possível pela reeleição, criticou os nomes indicados para o ministério do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e repetiu o discurso de que teria sido perseguido por imprensa e Judiciário ao longo de seus quatro anos de mandato.

“É um governo que começa capenga”, disse Bolsonaro sobre a gestão petista que começa neste domingo (1º). O presidente ainda ensaiou um discurso de oposição ao governo Lula. “Não tem tudo ou nada. Inteligência. Vamos mostrar que somos diferentes.”