Em último vídeo antes de ser morta, artista venezuelana contou sua aventura e mostrou sua bike

Atualizado em 7 de janeiro de 2024 às 10:35

Julieta Hernández, artista venezuelana morta barbaramente em Presidente Figueiredo, Amazonas, aparece em um vídeo contando sua aventura a um homem dias antes de ser executada.

Ele lhe pergunta de onde ela estava vindo.  Ela responde que vinha do Rio de Janeiro e lhe mostra sua bicicleta. “Queres comer algo”, convida o homem. Ela diz que sim.

Em interrogatório policial, um suspeito confessou o crime ocorrido em 23 de dezembro de 2023, data em que os amigos da vítima perderam o contato com ela, conforme relato de uma amiga.

O delegado Valdinei Silva, da 37ª Delegacia de Polícia, informou que o corpo foi encontrado em avançado estado de decomposição. Os detalhes do crime ainda estão sendo investigados, e uma coletiva de imprensa da Polícia Civil está agendada para segunda-feira (9) em Manaus.

A identificação do corpo de Julieta foi feita pelo Departamento de Polícia Técnico-Científica (DPTC) através de necropapiloscopia, um trabalho conjunto de peritos do Instituto Médico Legal (IML) e do Instituto de Identificação do Amazonas.

Membro do grupo de artistas e cicloviajantes “Pé Vermêi”, Julieta teve seu último contato com a equipe 14 dias antes, quando disse que estava voltando para a Venezuela. A amiga Ana Melo relatou a estranheza pelo silêncio repentino da artista, que não avisou sobre a perda de sinal.

Julieta, que vivia no Brasil há 8 anos como nômade, percorria diferentes estados do país apresentando-se em espetáculos circenses. Seu corpo e partes da bicicleta foram encontrados perto de um refúgio onde ela estava hospedada.

Dois suspeitos, um homem e uma mulher, foram detidos pela Polícia Civil, acusados de participação no crime. O delegado Silva revelou que os suspeitos confessaram, sendo acusados inicialmente de homicídio qualificado e ocultação de cadáver.

Na delegacia, os detidos apresentaram relatos conflitantes. A mulher admitiu ter assassinado Julieta por ciúmes, alegando que viu o companheiro estuprando a vítima após roubarem seus pertences.

O homem, por sua vez, relatou que Julieta e ele consumiam drogas quando sua companheira, movida por ciúmes, jogou álcool neles e ateou fogo.