Embaixador da China responde a Eduardo Bolsonaro com poema de Mao: insetos que querem derrubar árvore gigante

Atualizado em 25 de novembro de 2020 às 9:07
Yang Wanming e Eduardo Bolsonaro. Foto: Romulo Serpa/Agência | CNJ/Divulgação | ABr

Horas depois de Eduardo Bolsonaro postar uma mensagem agressiva à China, associando a tecnologiG que desenvolveu à espionagem, o embaixador chinês no Brasil, Yang Wanming, publicou poema de Mao-Tsé Tung de 1963.

O texto fala de moscas e formigas que se dão ares de “grande nação”.

O texto termina com os versos que falam da “força irresistível” (provavelmente se referindo ao povo chinês) e da necessidade de acabar com as pragas.

Veja o poema:

Neste minúsculo globo

Umas quantas moscas arremetem de encontro à parede,

Zumbindo sem cessar,

Ora gritando,

Ora gemendo,

As formigas na alfarrobeira

dão-se ares de grande nação,

E insectos conspiram para

derrubar a árvore gigante.

O vento de oeste espalha as

folhas sobre Chang´an,

E as setas voam vibrando.

São tantas as tarefas,

todas urgentes,

O mundo rola,

O tempo aperta.

Dez mil anos é tempo demais,

Aproveitar o dia,

aproveitar a hora!

Os Quatro Mares estão

subindo,

enfurecem-se nuvens e águas,

Os Cinco Continentes oscilam, rugem ventos e tempestades.

A nossa força é irresistível,

Fora com todas as pragas!