Embaixadora na ONU que deu baixaria com Jean Wyllys fez carreira no PT com Celso Amorim. Pois é. Por Kiko Nogueira

Atualizado em 15 de março de 2019 às 21:36
Maria de Nazareth Farani Azevedo

Uma cena patética para o bolsonarismo — mais uma — se desenrolou na sede europeia da ONU durante um debate sobre autoritarismo.

Em meio a um discurso de Jean Wyllys sobre Marielle Franco, a chefe da delegação brasileira junto às Nações Unidas, Maria Nazareth Farani Azevêdo, resolveu interrompê-lo e deu piti.

A embaixadora se levantou na plateia para deixar a sala depois de ter feito uma pergunta ao ex-deputado.

“A senhora não quer ouvir a resposta dele?”, pergunta o mediador.

“Desde que eu possa fazer uma tréplica”, ela responde.

“Desculpe, não é assim que as coisas funcionam”, devolve o outro.

Enquanto ela indo embora, Wyllys pede que ela o ouça, inutilmente.

O video do barraco foi feito pelo jornalista Jamil Chade (no pé deste artigo).

Nazareth tem 61 anos, nasceu em Alegre, no Espírito Santo, cresceu em Brasília e chegou a ser cotada para comandar o Itamaraty.

É um exemplo de sobrevivência na área diplomática. Não de coerência, claro.

Seu apelido é Lelé.

Foi chefe de gabinete de Celso Amorim — a primeira mulher a ocupar o posto — entre 2005 e 2008 e subiu na carreira durante os governos Lula e Dilma.

Ela garante, no entanto, que sofreu “perseguição” dos petistas.

“Sempre trabalhei com afinco”, afirmou a um site direitista.

“Não fui protegida pelo PT, ao contrário, fui perseguida pelo Itamaraty e pelo Palácio do Planalto entre 2011 e 2016, após fazer discurso crítico à Venezuela”.

O acosso que sofreu, se é que ocorreu, ela não explica.

O fato é que continuou onde estava, sem maiores.

Hoje Bolsonaro desde criancinha, proporciona vexames pelo mundo.