
O governo Lula (PT) teme que emendas parlamentares e o clima de tensão na Câmara dos Deputados atrapalhem a votação do projeto que amplia a faixa de isenção do Imposto de Renda, prevista para a próxima semana, conforme informações do G1.
A avaliação é de que emendas parlamentares, pressões políticas e até o foco em outras pautas, como o projeto da anistia, podem atrasar o avanço da proposta.
O relator do projeto, Arthur Lira (PP-AL), deve discutir o tema na reunião de líderes de terça-feira (24). Aliados avaliam que, se a proposta não foi pautada até agora, é porque não há ambiente favorável. Apesar disso, governistas acreditam que Centrão e oposição não terão coragem de votar contra, já que a medida é popular.
O receio do Planalto é que oposição e Centrão apresentem destaques para aumentar a faixa de isenção além dos R$ 5 mil previstos, sem indicar compensações financeiras. A versão mais recente também inclui desconto parcial para rendimentos de até R$ 7.350.
Outra possibilidade em debate é retirar as atuais compensações: taxação extra de até 10% para quem ganha acima de R$ 50 mil e de 10% para salários superiores a R$ 100 mil.

Emendas parlamentares travadas
O pagamento de emendas segue como entrave central. Até agora, apenas 2% do total autorizado foi empenhado: R$ 215 milhões de um universo de R$ 11,5 bilhões.
Governistas apontam que o atraso se deve à falta de documentação enviada pelos parlamentares, mas o tema alimenta insatisfação dentro do Congresso.
PEC da Blindagem
A postura do PT contra a PEC da Blindagem ampliou o desgaste com o Centrão. O presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), esperava apoio da sigla, mas Lula interveio e orientou contra. Além disso, o União Brasil decidiu desembarcar do governo, exigindo que seus filiados deixem cargos — movimento que pressiona ainda mais a base.
Peso do projeto da anistia
A escolha de Paulinho da Força (Solidariedade-SP) como relator do projeto da anistia deve levar o tema ao centro da pauta. Governistas temem que o Centrão tente atrelar a aprovação da isenção do IR a concessões na proposta que prevê redução de penas para condenados pelos atos golpistas.
Eleições de 2026 no horizonte
Deputados avaliam que partidos do Centrão também calculam o impacto eleitoral do projeto. Há receio de que a ampliação da isenção do IR fortaleça a popularidade de Lula e prejudique a candidatura de Tarcísio de Freitas (Republicanos), considerado o principal nome do bloco para 2026.