O empresário Vitor Augusto Ferreira Alonso, de 25 anos, tornou-se um dos principais doadores da campanha de Pablo Marçal (PRTB) à Prefeitura de São Paulo, ao transferir R$ 25 mil via Pix para a candidatura do influenciador. Também envolvido em um escândalo judicial, ele assinou, em fevereiro deste ano, um acordo de não persecução penal com o Ministério Público Federal (MPF), confessando participação em um golpe com cédulas falsas.
O caso remonta a 2017, quando Alonso foi acusado de ter pago R$ 2 mil em notas falsas pela compra de um celular de Everton Martins, em Águas Claras, no Distrito Federal. A esposa do aposentado reconheceu Alonso nas ruas no dia seguinte, levando Martins a abordá-lo e conduzi-lo até a delegacia.
No depoimento, o apoiador de Marçal afirmou que havia participado do esquema a pedido de um amigo, identificado como Phelipe, que o teria convidado para comprar o celular com dinheiro falso. Em 2020, ao depor à Polícia Federal, Alonso mudou sua versão dos fatos, alegando que apenas acompanhou Phelipe na transação e que não sabia do crime.
Ele também declarou que estava com um tijolo envolto em uma capa de celular porque havia sido vítima de um golpe. No entanto, a vítima alegou em seu depoimento que nunca conheceu Phelipe e que a transação ocorreu exclusivamente com Alonso, a quem reconheceu em fotografias apresentadas.
Apesar da confissão no acordo com o MPF, Alonso seguiu com sua vida empresarial. Até o final de 2022, ele possuía uma microempresa de produtos digitais em Brasília e, no ano seguinte, fundou uma empresa de consultoria em tecnologia da informação em Alphaville, com um capital social de R$ 20 mil.
A proximidade de Alonso com Alphaville, região onde o candidato bolsonarista mantém negócios, levanta ainda mais questionamentos sobre a relação entre os dois, embora o doador tenha declarado não conhecer o influenciador.
Além disso, outras doações à campanha de Marçal também chamam a atenção. Danecleide Claudia da Silva, ex-moradora de uma favela na zona norte de São Paulo, transferiu R$ 25 mil para a campanha, apesar de ter recebido auxílio-aluguel até 2022.
A lei eleitoral estabelece que doações de pessoas físicas não podem ultrapassar 10% dos rendimentos brutos do doador no ano anterior à eleição, o que coloca essas ações sob suspeita.
Marçal, que já foi alvo de uma operação da Polícia Federal por suspeita de falsidade ideológica, lavagem de dinheiro e apropriação indébita nas eleições de 2022, negou qualquer irregularidade. Ele afirmou que sua campanha foi financiada com doações e recursos próprios, sem o uso de dinheiro público.
Conheça as redes sociais do DCM:
⚪️Facebook: https://www.facebook.com/diariodocentrodomundo
🟣Threads: https://www.threads.net/@dcm_on_line