O empresário Vinícius Gritzbach, morto a tiros no Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos, acumulou um extenso patrimônio por meio de investimentos imobiliários e em criptomoedas, além de atuar no setor de combustíveis e investir até em atletas de futebol.
Jurado de morte pelo Primeiro Comando da Capital (PCC) e delator de integrantes da facção criminosa, Gritzbach havia sido alvo de ameaças devido ao suposto desvio de R$ 100 milhões, que deveriam ser aplicados em criptomoedas para o grupo criminoso.
Aos investigadores, o empresário relatou ter iniciado sua carreira aos 15 anos, tendo se formado em Administração e Engenharia Civil. Ele começou como corretor de imóveis e teve um salto profissional ao ingressar na Porte Engenharia, uma das maiores construtoras de São Paulo, conhecida pelo edifício Platina 220, o mais alto da cidade. Na construtora, Gritzbach alcançou o cargo de gerente-comercial e relatou ter recebido um salário de R$ 25 mil, além de comissões.
Posteriormente, ele fundou a SP Investimentos e Empreendimentos, com sede no Jardim Anália Franco, bairro nobre de São Paulo. Em nota, a Porte Engenharia afirmou que Gritzbach trabalhou na empresa como corretor entre 2014 e 2018 e negou qualquer vínculo posterior com ele.
A carreira empresarial dele se expandiu para diversos setores, incluindo o mercado de combustíveis. Em 2020, tornou-se sócio de um posto de gasolina em Mogi das Cruzes, região metropolitana da capital, ramo frequentemente associado a operações de lavagem de dinheiro pelo PCC. O empresário também atuava no mercado de criptomoedas, investindo por meio da Alter Bank, mas sem vínculos formais com outras empresas do setor.
Entre os bens acumulados, Gritzbach possuía dez unidades habitacionais em Guaianazes, uma casa no Guarujá, um apartamento onde residia, um sítio no interior de São Paulo, além de dois imóveis comerciais alugados para a Prefeitura de São Paulo. Declarou ainda ser dono de uma embarcação avaliada em R$ 2,2 milhões e de uma aeronave de R$ 2,5 milhões.
As investigações revelam que os negócios de Gritzbach integravam uma “sofisticada rede” de lavagem de dinheiro para o PCC. A empresa VMA Intermediações e Negócios, da qual era proprietário, foi apontada como veículo para essas operações, com dezenas de imóveis registrados em nome de laranjas.
De acordo com a Polícia Civil, a VMA também adquiria helicópteros e lanchas a preços inflacionados para ocultar recursos do PCC. Estima-se que ao menos 40 imóveis foram usados no esquema de lavagem de dinheiro.
Gritzbach foi associado a figuras importantes da facção, como Anselmo Becheli Santa Fausta, o “Cara Preta”, e Cláudio Marcos de Almeida, conhecido como “Django”.
Segundo as investigações, o empresário enfrentou o “tribunal” do crime após ser responsabilizado pela morte de “Cara Preta” em 2021 e por suas relações financeiras com o PCC. Em uma delação premiada, ele também mencionou que empresas de agenciamento de jogadores de futebol mantinham relações com a facção.
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