Empresário que fez a denúncia do escândalo no MEC revela como era a abordagem por proprina

A polícia acredita que os envolvidos cobravam propina para organizar encontros com o até então ministro da Educação, e assim direcionavam as verbas do ministério

Atualizado em 26 de junho de 2022 às 23:22
Comprovantes mostram depósitos feitos em contas de parentes de pastores lobistas do MEC
Da direita para esquerda: presidente Jair Bolsonaro; ex-ministro da Educação, Milton Ribeiro; pastor Gilmar Santos; e pastor Arilton Moura. Foto: Catarina Chaves / MEC

Neste domingo (26), o Fantástico apresentou uma entrevista com o empresário responsável por denunciar o esquema de corrupção no Ministério da Educação, que levou na última semana a prisão do ex-ministro Milton Ribeiro e outros quatro suspeitos.

Agora, senadores pedem que o STF (Supremo Tribunal Federal) apure uma possível interferência do presidente Jair Bolsonaro (PL) na investigação, já que escutas telefônicas – autorizadas pela justiça – envolveram o nome do presidente no caso.

Como conta o empresário e radialista, Edvaldo Brito, para o Fantástico, tudo começou no interior de São Paulo, em Nova Odessa, local onde ocorreu um evento para prefeitos e secretários da região, em que foi realizada a denúncia responsável pelas prisões.

A polícia acredita que os envolvidos cobravam propina para organizar encontros com o até então ministro da Educação, e assim direcionavam as verbas do ministério.

“Eu descobri que o ministro tinha um gabinete itinerante. Os técnicos do FNDE (Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação) iam para um determinado município, organizavam um evento em parceria com os municípios, e aí todos os outros municípios eram atendidos”, contou Edvaldo, que então procurou o pastor Gilmar Santos para ver se seria possível levar Milton e o gabinete itinerante para o interior paulista.

Após uma série de etapas, o encontro do radialista com os pastores, a ida dele e do prefeito do município para Brasília e a aprovação de seu pedido, o pastor Arilton fez Moura fez um pedido de dinheiro.

“O próprio Arilton disse: ‘Olha, eu preciso que você faça uma doação. É para uma obra missionária’. Eu falei: ‘Tudo bem. E de quanto é essa doação?’, aí ele falou: ‘Ah, por volta de R$ 100 mil reais é a doação’. Eu falei: ‘É muito. Eu não tenho. Eu não tenho condição. Mas eu tenho amigos, pessoas, empresários que costumam investir na obra e que eu vou pedir a doação’”, relevou Brito.

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