Empresário que gravou apoio à greve dos caminhoneiros foi condenado à prisão no caso Banestado. Por Kiko Nogueira

Atualizado em 25 de maio de 2018 às 21:36

 

Viralizou o vídeo do prefeito de Betim (MG), Vittorio Medioli, do Podemos, apoiando a greve que está inviabilizando o país.

“Quero dar a minha solidariedade aos caminhoneiros que pararam o Brasil. É a medida mais acertada dos últimos dez anos. O governo tem que entender”, diz.

Para Medioli, “substituíram os corruptos pelos incompetentes” na Petrobras.

Movido por vaidade, oportunismo e sabe Deus o que mais, Medioli deu um tiro no pé.

Ele é dono de uma transportadora, o grupo SADA, chamada de empresa de “companhia de logística”. Reforça que o que ocorreu foi um locaute.

Essa é apenas uma de suas empresas. Eu falei dele recentemente.

De acordo com a declaração feita para a Justiça Eleitoral, sua fortuna é de pouco mais de 350 milhões de reais, quase o dobro dos 180 milhões declarados por João Doria, segundo a Exame.

Nascido em Parma, na Itália, numa família dona de moinhos de farinha, veio para o Brasil em 1976, aos 24 anos, a convite da Fiat, que montava sua primeira fábrica no Brasil. 

Prosperaram.

Medioli naturalizou-se em 1981. Em 1996, comprou o jornal O Tempo como presente para a mulher. Tem uma coluna ali.

No último dia 6, perpetrou um besteirol antissemita estúpido cujo mote eram os 200 anos do nascimento de Karl Marx.

Conseguiu misturar os “iluminatti” com o infame “Protocolo dos Sábios de Sião”, falsificação criada na Rússia czarista que pintava os judeus como protagonistas de uma conspiração mundial que visava a “destruição do mundo ocidental”.

Medioli inventa que o nome “original” de Marx era “Moses Mordechai Marx Levi”, invenção da extrema direita lelé obcecada com a “nova ordem mundial” e o super poder dos “Rothschilds”.

Em 2015, a Justiça Federal em Minas o condenou a 5 anos e 5 meses de prisão pelos crimes de evasão de divisas e manutenção clandestina de depósitos no exterior.

A Operação Farol da Colina desmontou uma rede formada por mais de 60 doleiros que, segundo a acusação, remetiam dinheiro sujo para os Estados Unidos.

A investigação foi um desdobramento, veja só, do caso Banestado. Na época, ele era deputado federal pelo PSDB.

Na denúncia, Medioli aparece como autor de uma operação de câmbio não autorizada com o fim de promover evasão de divisas do país, além de ter mantido depósito no exterior sem informá-lo às autoridades competentes.

Ele recorre da sentença.

Como gostam os conterrâneos de Medioli: tutti buona gente.