Empresários bolsonaristas defendem golpe em caso de vitória de Lula

Atualizado em 17 de agosto de 2022 às 18:16
Empresários bolsonaristas defendem golpe de Estado caso Lula seja eleito – Foto: Reprodução/Metrópoles

 

Empresários apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (PL) passaram a defender abertamente um golpe de Estado caso o ex-presidente Lula (PT) seja eleito em outubro. A defesa explícita de um golpe foi feita por alguns integrantes do grupo de WhatsApp “Empresários & Política”, de acordo com o jornalista Guilherme Amado, do Metrópoles.

O apoio ao golpe se soma a uma postura comum baseada em ataques sistemáticos ao Supremo Tribunal Federal (STF), ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e a quaisquer pessoas ou instituições que se oponham ao atual chefe do Executivo.

O grupo em questão reúne grandes empresários de diversas partes do país. Nomes como Luciano Hang, dono da Havan; Afrânio Barreira, do Grupo Coco Bambu; José Isaac Peres, dono da gigante de shoppings Multiplan estão presentes. Outros, menos conhecidos, como José Koury, dono do Barra World Shopping, no Rio de Janeiro; Ivan Wrobel, da construtora W3 Engenharia; e Marco Aurélio Raymundo, o Morongo, dono da marca de surfwear Mormaii, também.

O apoio ao golpe de Estado ficou explícito no dia 31 de julho quando o empresário José Koury abordou o tema, ao dizer que preferia uma ruptura à volta do PT. “Prefiro golpe do que a volta do PT. Um milhão de vezes. E com certeza ninguém vai deixar de fazer negócios com o Brasil. Como fazem com várias ditaduras pelo mundo”, escreveu.

Ao responder à defesa do golpe feita por Koury, o dono do shopping Barra World, o médico gaúcho Marco Aurélio Raymundo, conhecido como Morongo e dono da rede de lojas Mormaii, escreveu três mensagens consecutivas.

“Golpe foi soltar o presidiário!!!”; “Golpe é o ‘supremo’ agir fora da constituição!” e “Golpe é a velha mídia só falar merda”.

André Tissot, do Grupo Sierra, empresa gaúcha especializada na venda de móveis de luxo, foi outro que defendeu que uma intervenção deveria ter ocorrido há mais tempo.

“O golpe teria que ter acontecido nos primeiros dias de governo. [Em] 2019 teríamos ganhado outros 10 anos a mais”, publicou.

Veja algumas das mensagens:

A desconfiança em relação às urnas também é outra constante no grupo. No último dia (8) o empreiteiro Meyer Nigri, fundador da Tecnisa e um dos empresários mais influentes junto ao governo federal, encaminhou um texto com diversos ataques ao STF.

“Leitura obrigatória”, dizia a mensagem, que não foi escrita por ele. “O STF será o responsável por uma guerra civil no Brasil.”

O ministro Alexandre de Moraes, hoje presidente do TSE foi outro alvo dos ataques feitos pelos empresários do grupo. Carlos Molina, dono da empresa de auditoria Polaris, tem o costume de chamar Moraes de “skinhead” em diversas postagens.

Em uma postagem datada de 25 de julho, o empresário afirmou: “Já nem o PCC tem paciência para aturar o skinhead de toga”.

De acordo com o Metrópoles, José Koury, o empresário que defendeu primeiramente o golpe no grupo, afirmou que não defende um golpe, mas em seguida confirmou que “talvez preferiria” a ruptura a uma volta do PT.

“Vivemos numa democracia e posso manifestar minha opinião com toda liberdade. Não disse que defendo um golpe de Estado, e sim que talvez preferiria isso a uma volta do PT. Para mim, a volta do PT será um retrocesso enorme para a economia do país”, completou o empresário.

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