O aguardado encontro entre o presidente Lula e o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, está confirmado para domingo, 26 de outubro, na Malásia. Ambos participarão da 47ª Cúpula da Asean (Associação de Nações do Sudeste Asiático), onde estarão presentes outros líderes da região.
Segundo a coluna de Ancelmo Gois no jornal O Globo, Lula viajará para a Malásia no dia 21 de outubro. Esse será o primeiro encontro formal entre os dois após conversas por telefone e um breve encontro na Assembleia Geral da ONU (Organização das Nações Unidas), em setembro.
A definição do encontro foi decidida por Lula durante uma reunião com seus auxiliares no Palácio da Alvorada no domingo (19). O presidente brasileiro tem se reunido com líderes de diversos países, e a relação com os Estados Unidos, particularmente no que diz respeito às tarifas sobre produtos brasileiros, tem sido um ponto importante nas negociações.
Lula saiu convencido de que as questões comerciais com os EUA estavam avançando positivamente, especialmente em relação à sobretaxa de 50% aplicada a produtos como carne e café.
O ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, tem sido o principal responsável por coordenar as negociações com o governo americano. Ele se encontrou com o secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, para discutir a remoção das tarifas, além de reforçar a disposição do Brasil em aumentar o câmbio comercial com os EUA, já superavitário para os americanos.
As conversas também têm abordado temas econômicos e não mencionaram o ex-presidente Jair Bolsonaro, cujas questões judiciais não são mais foco nas discussões.
O encontro entre Lula e Trump será uma oportunidade para tratar de temas econômicos e diplomáticos. No entanto, a Venezuela será uma pauta sensível, já que Lula tem defendido a resolução do conflito por meios diplomáticos.
A tensão sobre a situação na Venezuela aumentou recentemente, especialmente após a autorização de Trump para que a CIA interviesse no país. Lula criticou essa decisão em um congresso do PCdoB, reiterando seu apoio à soberania venezuelana, mas auxiliares apontam que ele não deve entrar em um confronto direto sobre o tema com o americano.
Apesar das divergências sobre a Venezuela, os dois líderes têm se concentrado em questões econômicas, especialmente no comércio bilateral. A reaproximação entre os países, iniciada no encontro de setembro, busca fortalecer os laços comerciais e resolver questões pendentes, como as tarifas que impactam os produtos brasileiros.
Além do comércio, a relação entre Brasil e Estados Unidos também pode se expandir para outros temas, como segurança regional e a cooperação em questões globais.