Enel e Nunes trocam acusações sobre apagão em São Paulo

Atualizado em 12 de dezembro de 2025 às 22:03
Funcionários da Prefeitura de São Paulo trabalhando com árvore caída na rua
Funcionários da Prefeitura de São Paulo trabalhando – Rovena Rosa/Agência Brasil

Os advogados da concessionária de energia elétrica Enel afirmaram nesta sexta-feira (12) que o apagão registrado nos últimos dias em São Paulo decorre do descumprimento, pela Prefeitura, das obrigações relacionadas à poda de árvores. A declaração foi apresentada após críticas públicas feitas pelo prefeito Ricardo Nunes (MDB) à atuação da empresa durante a crise no fornecimento de energia. Com informações da Folha de S.Paulo.

Em entrevistas, Nunes divulgou imagens de veículos da Enel estacionados em pátios da concessionária enquanto bairros de diferentes regiões permaneciam sem luz. O prefeito afirmou que ao menos 40 veículos da empresa foram identificados por câmeras do sistema Smart Sampa e que havia 48 árvores caídas há mais de 70 horas aguardando o desligamento da rede elétrica para remoção segura.

Na quarta-feira (10), rajadas de vento próximas de 100 km/h atingiram a capital paulista. Segundo o Corpo de Bombeiros, mais de 1.300 chamados relacionados à queda ou poda de árvores foram registrados apenas nesse dia. No auge do apagão, cerca de 1,5 milhão de imóveis ficaram sem energia na capital, número que ultrapassou 2,2 milhões na Grande São Paulo. Na tarde desta sexta-feira, quase 800 mil unidades ainda estavam sem fornecimento.

Diante da situação, a Prefeitura protocolou uma queixa formal contra a Enel na Aneel. A agência reguladora concedeu prazo de cinco dias para que a concessionária apresente explicações detalhadas. O diretor Fernando Mosna mencionou a possibilidade de sanções administrativas, incluindo a abertura de processo de caducidade da concessão.

O Ministério de Minas e Energia informou que acionou a Aneel para reforçar a fiscalização e instalou uma sala de situação para acompanhar o restabelecimento do serviço. O ministro Alexandre Silveira criticou o uso político do episódio por autoridades estaduais e municipais. Na quinta-feira (11), o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) voltou a defender intervenção e a caducidade do contrato da Enel, que vence em 2028 e pode ser prorrogado por mais 30 anos.

Sobre os imóveis ainda sem energia, a Enel afirmou que passou a classificar os casos restantes como de “alta complexidade” e deixou de informar prazos individuais de restabelecimento. A empresa declarou operar desde quarta-feira com “reforço máximo”, mobilizando mais de 1.600 equipes próprias e terceirizadas, e atribuiu os danos à intensidade das rajadas de vento, que chegaram a 98 km/h.

Jessica Alexandrino
Jessica Alexandrino é jornalista e trabalha no DCM desde 2022. Sempre gostou muito de escrever e decidiu que profissão queria seguir antes mesmo de ingressar no Ensino Médio. Tem passagens por outros portais de notícias e emissoras de TV, mas nas horas vagas gosta de viajar, assistir novelas e jogar tênis.