Enfermeira admite que emprestou senha para exclusão de vacina de Bolsonaro

Atualizado em 13 de maio de 2023 às 18:49
Ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). (Foto: Reprodução)

A enfermeira Cláudia Helena Acosta Rodrigues da Silva, chefe da central de vacinação de Duque de Caxias (RJ), afirmou em depoimento à Polícia Federal (PF) ter emprestado sua senha para o secretário do Governo da cidade apagar os registros de vacinação do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Com informações da Folha de S.Paulo.

Cláudia disse aos investigadores ter sido abordada pelo secretário João Brecha para apagar os dados, mas relatou não ter recebido os CPFs dos excluídos sob a justificativa de não “envolvê-la em problemas, uma vez que se tratava de pessoas relevantes e conhecidas”.

Ao falar do motivo do empréstimo da senha pessoal do sistema de vacinação, ela justificou não ter visto “qualquer má fé” no pedido do secretário e disse ter acreditado que as exclusões seriam “idôneas”.

A enfermeira foi um dos alvos da Operação Venire, que investiga a inserção de dados falsos de vacinação contra a Covid-19 nos sistemas do Ministério da Saúde.

Cláudia Silva declarou à PF não conhecer João Brecha pessoalmente e que o pedido para ajudá-lo partiu de sua chefe, a secretária de Saúde, Célia Serrano. Só após a solicitação de sua superior, segundo a profissional, os dois começaram a se falar pelo WhatsApp.

A informação inserida no sistema em 21 de dezembro de 2022 é de que Bolsonaro teria tomado duas doses de vacina, uma em agosto e a outra em outubro. Em 22 de dezembro, um certificado de vacinação do ex-presidente foi emitido dentro do Palácio do Planalto. Alguns dias depois, após uma nova emissão, o usuário em nome da servidora apagou o registro do sistema, sob a justificativa de um “erro”.

Bolsonaro deve prestar depoimento à Polícia Federal na próxima terça-feira (16) no inquérito que mira o esquema de falsificação de dados sobre vacinação.

Durante a operação, o tenente-coronel Mauro Cid Barbosa, ex-ajudante de ordens do ex-presidente, foi preso por suspeita de falsificar os certificados de vacinação de Bolsonaro, da sua família e da filha mais nova do ex-mandatário, Laura.

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