
Enquanto São Paulo enfrenta uma crise de saúde pública com mortes e internações por intoxicação com metanol e convive com o avanço das redes de lavagem de dinheiro do PCC, o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) escolhe bajular Jair Bolsonaro.
A visita de segunda (29) gerou indignação nas redes sociais. Pressionado, Tarcísio convocou uma reunião emergencial no Palácio dos Bandeirantes nesta terça-feira (30) para fingir que trabalha pelos otários que o elegeram (e pelos que não votaram nele também).
O encontro contou com a presença do prefeito Ricardo Nunes, dos secretários Eleuses Paiva (Saúde) e Guilherme Derrite (Segurança Pública), do delegado-geral Artur Dian e de representantes das vigilâncias sanitárias estadual e municipal.
São Paulo está à deriva. Só em setembro, o Ministério da Saúde registrou ao menos dez casos confirmados de intoxicação por metanol no estado, com três mortes até agora. Diferentemente de episódios anteriores, quando vítimas vulneráveis ingeriam álcool adulterado de rua ou de postos clandestinos, as ocorrências recentes atingiram pessoas em bares e eventos sociais, após consumo de bebidas destiladas como gim, vodka e uísque.
O governo federal já declarou estado de vigilância nacional. O Sistema de Alerta Rápido (SAR) mobilizou Anvisa, Polícia Federal, Senacon e Ministério da Agricultura. Os sintomas são devastadores: turvação da visão, náuseas, dores abdominais e risco de cegueira ou morte.
O estado ainda digere os desdobramentos da Operação Spare, que expôs um esquema bilionário de lavagem de dinheiro do PCC com motéis, postos de combustíveis e até fintechs. O BK Bank, segundo o Ministério Público, funcionava como um “buraco negro” financeiro, permitindo que milhões de reais circulassem sem rastreamento. São 267 postos ainda ativos, que movimentaram R$ 4,5 bilhões entre 2020 e 2024, mas recolheram apenas 0,1% em impostos. Foram apreendidos quase R$ 1 milhão em espécie, 20 celulares e até uma arma de fogo.
No meio desse caos, a presença de Tarcísio ao lado de Bolsonaro é um escárnio. Até quando teremos um governador mais atento ao chefe do que às emergências que matam paulistas?
O ano que vem é a chance de nos livrarmos desse entulho golpista.
“Eu acredito que o caminho para a pacificação é a anistia” – Tarcísio de Freitas
Anistiar pessoas que tentaram um golpe de Estado não é caminho para pacificação, é dar motivo para tentarem de novo. pic.twitter.com/Y46qGCPVNj
— Luciano Carvalho (@lucianocarvaIho) September 29, 2025