Entenda a operação de aliados de Bolsonaro para resgatar Rolex vendido nos EUA

Atualizado em 11 de agosto de 2023 às 16:16
Relógio Rolex que Jair Bolsonaro ganhou de presente da Arábia Saudita
Foto: Reprodução

O ex-secretário de comunicação Fabio Wajngerten e o advogado da família Bolsonaro, Frederick Wassef, montaram uma operação para recomprar relógio Rolex vendido por Mauro Cesar Lourena Cid, pai de Mauro Cid, nos Estados Unidos. O item foi trazido de volta ao país no dia 28 de março após atuação da “força-tarefa”.

O relógio foi vendido em junho de 2022 pelo general Mauro Cesar Lourena Cid para o Precision Watches, estabelecimento da Pensilvânia, nos Estados Unidos. Após a negociação, o dinheiro foi depositado na própria conta do militar.

Menos de um ano depois, no entanto, o item foi recomprado por Wassef. Após investigação aberta pelo Tribunal de Contas da União (TCU), ele viajou para Fort Lauderdale, na Flórida, em voo partindo de Campinas (SP), no dia 11 de março de 2023.

Quatro dias depois (15), autoridades passaram a discutir a possibilidade de uma operação para resgatar o item, vendido de forma ilegal no país. Na mesma data, Wajgarten enviou uma mensagem ao ex-ajudante de ordens e diz que o relógio precisa ser recomprado, já que havia risco do TCU determinar a devolução imediata dele.

Na ocasião, o ministro Augusto Nardes determinou que Bolsonaro mantivesse o item, mas o caso foi parar no plenário do tribunal e a determinação mudou: o ex-presidente deveria devolver a peça à União.

Conjunto avaliado em R$ 500 mil inclui um relógio da marca Rolex, de ouro branco, cravejado de diamantes e um anel. Foto: Reprodução

Com a decisão do TCU, a operação teve início nos Estados Unidos. Foi definido que alguém de confiança deveria reaver o relógio e Wassef foi escolhido. Ele conseguiu concluir a recompra e avisou Mauro Cid, que embarcou para o país, recebeu o relógio e retornou ao Brasil no dia 28 de março.

O ex-ajudante de ordens entregou o item ao pai, que viajou a Brasília e entregou o objeto a Osmar Crivelatti, segundo-tenente do Exército e assessor de Bolsonaro.

O pacote alvo da força-tarefa chegou às mãos de Bolsonaro em outubro de 2019 em um conjunto chamado pela PF de “Kit Ouro Branco”, contendo um anel, abotoaduras, um rosário islâmico e o relógio Rolex. Foi um presente da Arábia Saudita entregue em viagem oficial.

Segundo a PF, o relógio foi vendido por US$ 68 mil, valor que correspondia, na ocasião, a quase R$ 347 mil. A corporação obteve o comprovante de depósito da transação.

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