Uma professora de ensino superior potiguar, que agora tem 68 anos, relatou como foi vítima de um golpe da quadrilha de Pablo Marçal (PRTB), coach e atualmente candidato à Prefeitura de São Paulo, em 2005. Na ocasião, foram feitos diversos saques em sua conta bancária que totalizaram R$ 4.650 (valor que corresponde a R$ 13 mil atualmente).
Em entrevista à revista Piauí, a mulher, que se identificou como A. C. F., afirmou que ficou “muito nervosa” e que “precisava pagar contas e não tinha como pagar” por conta do roubo. Ela só foi ressarcida dez dias depois, quando a Caixa Econômica Federal identificar acessos indevidos em sua conta.
O caso ocorreu em julho de 2005 e no dia 31 de agosto Marçal, que prestava à época serviços de informática, foi preso. Ele foi liberado poucos dias depois, em 2 de setembro. Segundo investigação da Polícia Federal, que encontrou um comparsa de Marçal, eles enviavam mensagens às vítimas com programas maliciosos para roubar senhas e identificações bancárias.
Além de Marçal, Jonas Rodrigues Borges, que se identificava como Jony, também foi preso e confessou participação no esquema. A PF encontrou um caderno que mostrava nomes de uma série de pessoas, que posteriormente foram identificadas como autoras de reclamações de sumiços de recursos em suas contas.
Marçal foi condenado a quatro anos e cinco meses de reclusão, em regime semiaberto, por furto qualificado em 12 de abril de 2010. O juiz Paulo Augusto Moreira Lima, responsável pela decisão, afirmou que a motivação dele era “ganho fácil de dinheiro”.
O processo acabou se arrastando até 2018, quando foi analisado pelo Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF-1). A ação foi extinta na segunda instância por conta da idade de Marçal: condenações precisam ser analisadas em até doze anos pelo TRF-1 quando envolvem maiores de 21 anos, mas o coach tinha 18 anos na época do crime e o prazo caiu pela metade.
Nos autos do processo há menções a pelo menos quinze pessoas ou empresas que denunciaram a ação criminosa em cidades como Rio de Janeiro, São Paulo, Minas Gerais, Goiás, Rio Grande do Norte e Rio Grande do Sul. Entre os alvos preferidos da quadrilha para os golpes estão Caixa Econômica Federal, Banco do Brasil e Bradesco, além de empresas como construtoras e firmas de contabilidade.
Além das instituições e empresas, há um morador do município de Canoas (RS) identificada como G. M. G., de 71 anos, que se declara uma pessoa pobre e teve R$ 600 (cerca de R$ 1,8 mil atualmente) roubados de suas contas.
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