Entenda como funcionava o esquema de fraudes pelas quais Marçal foi condenado

Atualizado em 17 de setembro de 2024 às 18:49
O coach e candidato à Prefeitura de São Paulo Pablo Marçal (PRTB). Foto: Reprodução

Uma professora de ensino superior potiguar, que agora tem 68 anos, relatou como foi vítima de um golpe da quadrilha de Pablo Marçal (PRTB), coach e atualmente candidato à Prefeitura de São Paulo, em 2005. Na ocasião, foram feitos diversos saques em sua conta bancária que totalizaram R$ 4.650 (valor que corresponde a R$ 13 mil atualmente).

Em entrevista à revista Piauí, a mulher, que se identificou como A. C. F., afirmou que ficou “muito nervosa” e que “precisava pagar contas e não tinha como pagar” por conta do roubo. Ela só foi ressarcida dez dias depois, quando a Caixa Econômica Federal identificar acessos indevidos em sua conta.

O caso ocorreu em julho de 2005 e no dia 31 de agosto Marçal, que prestava à época serviços de informática, foi preso. Ele foi liberado poucos dias depois, em 2 de setembro. Segundo investigação da Polícia Federal, que encontrou um comparsa de Marçal, eles enviavam mensagens às vítimas com programas maliciosos para roubar senhas e identificações bancárias.

Além de Marçal, Jonas Rodrigues Borges, que se identificava como Jony, também foi preso e confessou participação no esquema. A PF encontrou um caderno que mostrava nomes de uma série de pessoas, que posteriormente foram identificadas como autoras de reclamações de sumiços de recursos em suas contas.

RG de Pablo Marçal que aparece em processo que gerou sua condenação por furto qualificado. Foto: Reprodução

Marçal foi condenado a quatro anos e cinco meses de reclusão, em regime semiaberto, por furto qualificado em 12 de abril de 2010. O juiz Paulo Augusto Moreira Lima, responsável pela decisão, afirmou que a motivação dele era “ganho fácil de dinheiro”.

O processo acabou se arrastando até 2018, quando foi analisado pelo Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF-1). A ação foi extinta na segunda instância por conta da idade de Marçal: condenações precisam ser analisadas em até doze anos pelo TRF-1 quando envolvem maiores de 21 anos, mas o coach tinha 18 anos na época do crime e o prazo caiu pela metade.

Nos autos do processo há menções a pelo menos quinze pessoas ou empresas que denunciaram a ação criminosa em cidades como Rio de Janeiro, São Paulo, Minas Gerais, Goiás, Rio Grande do Norte e Rio Grande do Sul. Entre os alvos preferidos da quadrilha para os golpes estão Caixa Econômica Federal, Banco do Brasil e Bradesco, além de empresas como construtoras e firmas de contabilidade.

Além das instituições e empresas, há um morador do município de Canoas (RS) identificada como G. M. G., de 71 anos, que se declara uma pessoa pobre e teve R$ 600 (cerca de R$ 1,8 mil atualmente) roubados de suas contas.

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