Entenda o câncer do intestino, doença que causou a morte de Preta Gil

Atualizado em 21 de julho de 2025 às 8:12
A cantora Preta Gil. Foto: Reprodução

A cantora Preta Gil morreu neste domingo (20), vítima de um câncer de intestino, diagnosticado pela primeira vez em janeiro de 2023. No ano passado, ela revelou que a doença havia retornado em quatro regiões do corpo: dois linfonodos, uma metástase no peritônio e uma lesão no ureter.

Segundo o oncologista Sergio Roithmann, chefe do Serviço de Oncologia do Hospital Moinhos de Vento (RS), casos de recidiva indicam que células cancerígenas já haviam se espalhado de forma imperceptível no início do tratamento.

Se um câncer retorna após o tratamento inicial, isso significa que células tumorais já haviam se espalhado, de forma oculta e indetectável, no momento do diagnóstico inicial, e resistiram a esse tratamento.

Essas células podem deixar o tumor original no intestino, circular pelos vasos linfáticos e sanguíneos e atingir outras partes do corpo, como linfonodos e o peritônio.

“A lesão no ureter, em geral, é derivada das lesões peritoneais. Isso tudo significa que será necessário um tratamento sistêmico para tentar eliminar todas essas células residuais, que aparentemente estão crescendo em diferentes locais. Às vezes, uma cirurgia também pode ajudar nesse quadro”, afirma Roithmann.

Preta Gil ganha o carinho de Gilberto Gil durante tratamento contra câncer em hospital
Gilberto Gil com a filha Preta Gil. Foto: Reprodução

O que é metástase?

A metástase é o processo em que células malignas saem do tumor inicial e atingem outros órgãos. No caso do câncer de intestino, os alvos mais comuns são linfonodos abdominais, peritônio, fígado e pulmões.

“Doenças metastáticas podem ser tratadas, mas sempre representam um desafio maior que o tratamento inicial. Quanto mais precoce o tratamento, maiores são as chances de cura”, diz o especialista.

Tratamento

O tratamento para casos metastáticos de câncer de intestino é definido conforme as características das células tumorais, os órgãos atingidos e o estado geral do paciente. Roithmann afirma que a estratégia pode incluir cirurgia e, atualmente, depende também da resposta do tumor à imunoterapia.

“Temos testes que são feitos sobre o material da cirurgia inicial ou numa nova biópsia. Isso vai definir se o tratamento será baseado em imunoterapia ou quimioterapia. Temos outros tratamentos chamados de biológicos, que dependem de testes moleculares. Felizmente, as alternativas de tratamento vêm aumentando nos últimos anos”, afirma.