
Na manhã deste sábado (28), a primeira-dama de João Pessoa (PB), Lauremília Lucena, e sua secretária, Tereza Cristina Barbosa Albuquerque, foram presas em uma operação da Polícia Federal que investiga um esquema de corrupção e associação criminosa. Segundo a juíza da 64ª Zona Eleitoral, Maria de Fátima Lúcia Ramalho, as duas teriam uma participação ativa em um conluio com uma facção criminosa para influenciar as eleições municipais.
Ambas estão sendo investigadas na Operação Território Livre, que apura crimes de aliciamento violento de eleitores e ações voltadas à manipulação do processo eleitoral. Lauremília, esposa do atual prefeito de João Pessoa, Cícero Lucena, busca a reeleição nas próximas eleições.
No documento assinado pela juíza, afirma-se que “as investigadas teriam participado ativamente do esquema criminoso, contribuindo para a manutenção da estrutura de corrupção e fraudes no serviço público”. O objetivo, segundo a juíza, seria influenciar o pleito eleitoral de forma ilícita, garantindo a continuidade do poder político em João Pessoa.
A investigação aponta que Lauremília e Tereza Cristina desempenharam papéis centrais na nomeação de servidores ligados à facção criminosa, estabelecendo acordos ilegais com líderes de facções para obter apoio político durante o processo eleitoral. Entre os envolvidos estão David Sena e Keny Rogeus, identificados como chefes de facções em bairros da cidade.

De acordo com a juíza, existem indícios de crimes como peculato, coação eleitoral e constrangimento ilegal, e os mandados de prisão foram emitidos devido ao risco de que as investigadas continuassem praticando crimes ou interferindo na investigação. Além de cooptação de funcionários públicos, foram relatadas ameaças a eleitores e opositores, além de promessas indevidas.
A Polícia Federal informou que as prisões resultam de uma análise de material apreendido em fases anteriores da operação, com o intuito de complementar as provas de materialidade, autoria e circunstâncias dos crimes.
Em resposta às prisões, Cícero Lucena se manifestou nas redes sociais, afirmando que se trata de uma “prisão política” e um ataque arquitetado por adversários às vésperas da eleição. “Lauremília não teme as investigações e, na Justiça, demonstrará que é vítima de uma grave perseguição política”, disse o prefeito, que defendeu a inocência de sua esposa.
A investigação continua em andamento, e a filha de Lauremília, Janine Lucena, também já havia sido alvo de busca na Operação Mandare. As ações da PF visam desarticular as ligações entre a política local e facções criminosas, reforçando o combate à corrupção no estado da Paraíba.
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