
O governador bolsonarista do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL), chegou a considerar a nomeação de Eduardo Bolsonaro (PL-SP) como secretário em sua gestão, com o objetivo de ajudar o deputado federal a salvar seu mandato. No entanto, a ideia foi abandonada após um conselho jurídico importante de um membro de um tribunal superior, que alertou sobre os riscos políticos e jurídicos da medida, segundo a coluna de Lauro Jardim no jornal O Globo.
O governador, que estava inclinado a fazer um gesto em direção ao ex-presidente Jair Bolsonaro para garantir apoio político para sua candidatura ao Senado em 2026, decidiu recuar diante dos possíveis problemas com o Supremo Tribunal Federal (STF).
A preocupação era que a nomeação de Eduardo Bolsonaro poderia ser vista como uma afronta direta ao STF, especialmente ao ministro Alexandre de Moraes, relator de investigações que envolvem o filho “03” de Bolsonaro.
A decisão de desistir da nomeação do parlamentar ocorreu depois de um aviso de um conselheiro, que alertou sobre o custo político de um gesto desse tipo. O temor era de que a ação causasse um desgaste com o Supremo, em um momento em que a relação entre o Executivo e o STF já estava tensa.

Embora Castro estivesse interessado em fazer um movimento em direção ao clã Bolsonaro, o risco de antagonizar a Corte foi considerado muito alto. Além disso, a possibilidade de Eduardo Bolsonaro assumir um cargo no Rio de Janeiro gerou discussões entre aliados dele, que sugeriram que ele poderia ser nomeado em São Paulo, estado pelo qual foi eleito deputado federal.
A nomeação em São Paulo teria maior justificativa política, especialmente considerando que ele ainda mora nos Estados Unidos. No entanto, essa alternativa também encontrou resistência. Pessoas próximas ao governador paulista, Tarcísio de Freitas, avaliaram que as chances de aceitar Eduardo Bolsonaro em um cargo no seu governo eram praticamente nulas, dada a clareza da intenção de blindar o parlamentar.
Porém, a possibilidade de uma nomeação do filho de Bolsonaro para qualquer cargo público ainda é vista com cautela, uma vez que a movimentação pode ser interpretada como uma estratégia para proteger seu mandato.
A ideia de nomeá-lo como secretário seria uma tentativa de burlar a obrigação de retornar ao cargo de deputado federal dentro do prazo estipulado, uma vez que ele passaria a ocupar um posto executivo e, assim, ficaria isento de perder o mandato.
A situação gerou uma reação do Supremo Tribunal Federal, que estaria atento a qualquer tentativa de manobra política. Fontes de bastidores indicam que o ministro Alexandre de Moraes estaria considerando conceder uma decisão cautelar que impediria Eduardo Bolsonaro de assumir cargos públicos. Caso isso aconteça, qualquer nomeação, seja no Rio de Janeiro ou em São Paulo, ficaria inviabilizada.