Entenda por que vender gás de cozinha fracionado, como quer governo Bolsonaro, é ideia de jerico

Atualizado em 25 de julho de 2019 às 11:23
Risco de explosão

PUBLICADO ORIGINALMENTE NO SITE DA AEPET

O governo de Jair Bolsonaro quer diminuir a quantidade de gás de cozinha nos botijões de 13 quilos para vender o vasilhame parcialmente cheio e assim reduzir o preço. Quer também autorizar a venda do botijão sem marca de distribuidoras, além de permitir que as pessoas abasteçam em postos de combustíveis. O anúncio foi feito pelo diretor-geral da Agência Nacional de Petróleo (ANP), Décio Oddone, nessa terça-feira (23).

“Isto é uma loucura, uma ideia de jerico”, diz o especialista em Minas e Energia, Paulo César Ribeiro Lima. “Eu jamais vi nada disso no mundo. O que se vê fora do país é o abastecimento de GNV, que é o gás veicular, mas nunca o GLP, o gás de cozinha”.

O governo não está levando em consideração os riscos de explosões e vazamentos, alerta o especialista.

Ele explica que em caso de vazamento, o gás veicular sobe para a atmosfera e se dissipa. Já o gás GLP, de cozinha, como é mais pesado do que o ar, desce e se concentra. Com isso, apenas uma centelha poderá gerar uma grande explosão.

Para Paulo César Ribeiro Lima, se o governo quer diminuir a quantidade de gás num botijão para “baratear os custos” dos mais pobres deve começar padronizando botijões de tamanhos menores do que o de 13 quilos, como é hoje, e não expor a população a riscos.

“Não tem o mínimo cabimento esta ideia. O GLP é um produto perigosíssimo. Na minha casa não deixo ninguém mexer no gás. Quem instala é o entregador, que sabe como manusear. Depois a gente só fecha e abre a torneira do botijão. A mangueira é de metal, não de borracha, e o botijão fica fora da cozinha”, aconselha Paulo César.

Fonte: FUP/CUT