Entidade judaica reúne líderes da direita e deixa de fora clã Bolsonaro e Wajngarten

Atualizado em 24 de novembro de 2024 às 23:35
Jair Bolsonaro, Eduardo Bolsonaro e Fábio Wajngarten. Foto: Divulgação

O ex-presidente Jair Bolsonaro, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) e o ex-chefe da Secretaria de Comunicação da Presidência, Fábio Wajngarten, ficaram fora do jantar promovido pela Confederação Israelita do Brasil (Conib), em São Paulo, na noite deste sábado (23). O evento marcou a 55ª Convenção Anual da entidade e reuniu importantes lideranças políticas e empresariais.

O encontro contou com a presença de governadores alinhados à direita, como Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP), Ronaldo Caiado (União Brasil-GO) e Cláudio Castro (PL-RJ). Também participaram o ministro do Supremo Tribunal Federal André Mendonça, o prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), e o presidente do PSD, Gilberto Kassab.

No entanto, a ausência de Bolsonaro e aliados gerou críticas de empresários da comunidade judaica próximos ao ex-presidente. Segundo eles, a exclusão ocorreu em um momento inoportuno, especialmente após a reeleição de Donald Trump nos Estados Unidos, com quem Eduardo Bolsonaro mantém estreita relação.

A relação entre Bolsonaro e o presidente da Conib, Cláudio Lottenberg, já enfrentava desgastes desde a pandemia de Covid-19. Lottenberg, que buscou o posto de ministro da Saúde após a saída de Luiz Henrique Mandetta, foi preterido pelo governo Bolsonaro, que o considerava próximo do então governador João Doria (PSDB).

Tarcísio no jantar da Conib. Foto: Divulgação

Durante o jantar, Lottenberg declarou apoio a lideranças de direita para as próximas eleições presidenciais, mas evitou menções ao ex-presidente ou à sua influência política.

A ausência de Fábio Wajngarten também foi alvo de críticas. Empresários destacaram o papel do ex-chefe da Secom na aproximação de líderes evangélicos e militares israelenses durante o governo Bolsonaro, como no episódio de Brumadinho, em 2019, quando tropas israelenses ajudaram nas operações de resgate.

Os discursos de Tarcísio, Caiado, Castro e André Mendonça se concentraram em temas gerais, sem citações a Jair Bolsonaro. A ausência de referências ocorre dias após o ex-presidente ser indiciado pela Polícia Federal no inquérito que apura uma tentativa de golpe de Estado.

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