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O Tribunal de Justiça do Distrito Federal (TJDF) informou que, ao menos, 10 advogados estão detidos entre os mais de 1.300 bolsonaristas que participaram das invasões terroristas em Brasília (DF), mas em uma sala do Núcleo de Custódia da Polícia Militar (NCPM). Os advogados têm direito a serem mantidos “presos” em espaços sem grades, nas dependências de unidades militares.
Por ora, já foram identificados seis perfis nas redes dos profissionais que, ao atacarem a democracia, demonstraram condutas contrárias ao Estatuto da Advocacia, embora tenham jurado defender a Constituição. Dos advogados reconhecidos, todos estão com a situação regular na Ordem dos Advogados do Brasil (OAB).
Os advogados identificados foram: Milton Alves Cardoso Junior (OAB 50657-PR), Antonio Valdenir Caliare (OAB 13443-MT), Nara Faustino de Menezes (OAB 192211-SP), Thiago Queiroz (OAB 129893-MG), Luis Carlos de Carvalho Fonseca (OAB 69545-BA) e Luiz Gustavo Sulzbacher (OAB 17961-RS).
Nas redes sociais, dos seis advogados, quatro deles mostraram seu apoio ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e aos atos terroristas. Além de expressar a insatisfação com a vitória do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), os doutores registram a presença nos atos golpistas.
O advogado Milton Cardoso, de 53 anos, especialista em planejamento patrimonial e coordenador de um escritório de advocacia em Curitiba (PR), publicou vídeos e fotos de bolsonaristas, inclusive ele, acampado nas portas dos quartéis do Exército.
“O Brasil nunca se renderá a um ditador. O poder emana do povo”, escreveu, ao lado de um vídeo mostrando a situação do acampamento. Cardoso convocou outros bolsonaristas para irem aos atos.
Foto: Reprodução/Montagem/Lupa
Um dos outros advogados presos, Antonio Valdemir, de 56 anos, de Juína, no Mato Grosso. Em uma de suas fotos escreveu o slogan do Bolsonaro: “Brasil acima de tudo. Deus acima de todos!”.
Foto: Reprodução/Montagem/Lupa
A terceira, a advogada bolsonarista presa Nara Menezes, de 43 anos, especialista em saúde e segurança do trabalho, é dona de um escritório de advocacia em Ribeirão Preto, em São Paulo. Em seu perfil do Instagram, a mulher promoveu os atos golpistas:
“Precisamos de todos os patriotas unidos para vencermos o comunismo que o lulapetismo quer nos impor”, iniciou. “Não será meia dúzia de mercenários covardes que impedirȧ que o povo faça o que tem que ser feito para tirar os bandidos do poder”, continuou.
Foto: Reprodução/Montagem/Lupa
O último dos identificados é o advogado mineiro Thiago Queiroz, que transmitiu ao vivo o momento da invasão ao Congresso Nacional.
“Olha, tudo quebrado aqui. Não sobrou nada […] Tomamos o Congresso. Agora é nosso. Nós é que mandamos aqui” disse Thiago, em um dos vídeos publicados em seu perfil do Facebook. Até quarta-feira (18), o conteúdo ainda estava disponível na plataforma.
Com o envolvimento dos advogados nos atos golpistas, segundo a jornalista Iara Diniz, do Lupa, o coletivo Ordem Democrática criou um canal de denúncias para reunir registros de profissionais, que estão regulares com a OAB, que promoveram e estiveram nos atos terroristas.
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